Run Forrest, Run

coded by ctellier | tags: | Posted On sábado, 11 de junho de 2011 at 17:22



Por quê? Pra quê? Qual a sua motivação? Afinal, por que você corre? E mais, por que você se inscreve em tantas provas?

A inspiração deste post veio de um tuit da @LetBon (ao lado). Eu sei, sou suspeita para comentar sobre assunto, já que o bichinho da corrida me mordeu e estou com os sintomas já há algum tempo.

Num post anterior, já falei sobre o que motiva as pessoas a começarem a correr. E o que faz com que continuem correndo (ou não). Sentir-se bem com a prática esportiva, certamente é a razão mais comum. O bem-estar que advém da prática em si e dos resultados decorrentes - perda de peso, mais disposição, melhor qualidade de sono - incrementam nossa qualidade de vida de tal maneira, que fica difícil voltar atrás.

Aliás, em alguns casos, há os que seguem ainda mais adiante, incluindo outras modalidades esportivas no dia-a-dia (ciclismo e natação são as mais comuns). Há os que se contentam em continuar correndo apenas para poder comer e beber sem culpa (admito que faça parte das minhas motivações, mas não é a única). Há os que correm simplesmente pelo prazer de correr. E há os que correm para estar sempre desafiando seus próprios limites. E é aí que entra a observação sagaz desse tuit.

Sei que há pessoas totalmente desencanadas, do tipo “o médico (ou o professor da academia) falou para correr 1 hora por dia e é só o que eu faço”. Não as desmereço. Por vezes, até as invejo. Seu desprendimento dá uma paz de espírito que os corredores participantes de provas muitas vezes esquecem. Aquele prazer de correr por correr, sem compromisso. Sem pensar na distância e, muito menos, no tempo. Confesso... há muito tempo não faço isso.

E há os demais. Atire a primeira pedra o #twitterrun que nunca se preocupou em melhorar seu tempo em qualquer distância. E essa mania de superação ”ataca” o corredor despreocupado de duas maneiras possíveis. Quando começamos a correr (lembra daquela época em que 10km pareciam uma distância inatingível), nos contentamos em correr os 20 ou 30 minutos que nossas pernas ou nossa capacidade respiratória permitem. Depois, não há o que fazer... A progressão é quase inevitável. Correndo 30min., queremos correr 40, depois 50, depois 1 hora. Então, começamos a reparar: “ah, corro 8km em 1 hora... será que consigo correr 9?” E assim vai. Ou então, outra via possível: “Ah, faço 10km em 1 hora... será que consigo fazer em 55min.?”

Independente do caminho seguido, o objetivo é sempre o mesmo, melhorar nosso desempenho na corrida. E visando esse objetivo, lá vamos nós atrás de planilhas de treino, assessorias esportivas, personal trainers, aulas diferenciadas na academia, tênis que prometem melhorar a passada ou a performance, meiões, bebidas energéticas, e por aí vai.

Não acho ruim querermos nos desafiar. Como disse em um outro post, é uma ótima motivação para seguir treinando. Eu mesma estou correndo atrás para completar os 10km em 50min (falta pouco mais de 1 minutinho). Mas o tempo não é tudo. É preciso lembrar que o objetivo principal de uma prova é chegar até o final. E, na minha, opinião, terminar a prova bem é muito mais importante.

Uma nota mental importante(ao menos para mim): as vezes em que quebrei barreiras de tempo importantes - 10km em menos de 1 hora e 10 milhas em menos de 1 hora e meia - foi em provas em que corri despreocupadamente, sem me inquietar com o tempo. Eu havia feito treinos longos na véspera da prova (mais de 20km) e tinha me desobrigado totalmente de ultrapassar qualquer limite. Meu pensamento era “o que eu fizer, está ótimo... depois do treino de ontem, o que vier, é lucro”. E foi :-D

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Drops » X-Men First Class

coded by ctellier | tags: , | Posted On at 15:54

meteorologia: que frio é esse?!
pecado da gula: pizza amanhecida
teor alcoolico: 2 stella artois
audio: radiofobia #58
video: cars

X-Men First Class, direção Matthew Vaughn

Ótimo prequel! Excedeu minhas expectativas. Na verdade, depois de "X-Men Origins", a expectativa era quase negativa.
Tão bom quanto o primeiro, explica o que vimos neste de maneira bastante coerente, sem ofender a inteligência do público e nem negligenciando boas sequências de ação.
Ótima atuação da dupla que interpreta os personagens centrais, Magneto e Charles Xavier, respectivamente Michael Fassbender e James McAvoy (dá para mandar entregar aqui em casa?...).
Muito bom o arco dramático da Mística, a personagem ficou muito mais interessante que nos outros filmes a franquia.
Não conheço o suficiente da HQ para afirmar se a adaptação foi fiel (ou não), mas o filme valeu o ingresso, independente disso.

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Drops » Love actually

coded by ctellier | tags: , | Posted On domingo, 5 de junho de 2011 at 11:19



Love actually, direção Richard Curtis

Filme singelo, despretensioso, do mesmo diretor de "Four weddings and a funeral".
Das 10 estorietas de amor contadas, acho a de Jamie e Aurélia - ele, inglês e ela, portuguesa - a mais interessante. Justamente por não entenderem o idioma um do outro, falam livremente o que pensam e sentem.
É, na minha opinião, um dos poucos filmes natalinos que merecem ser assistidos - lógico que as animações "Rudolph" e "Nightmare before Xmas" são hors-concour.

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Persona

coded by ctellier | tags: | Posted On at 11:01

meteorologia: frio, muito frio ainda...
pecado da gula: pão na chapa com manteiga
teor alcoolico: nada ainda
audio: pipoca e nanquim #28
video: como treinar seu dragão

Persona, direção Ingmar Bergman

Mea culpa. Admito que, antes de "Persona", nunca havia assistido a um filme inteiro de Bergman, apenas alguns trechos de "O sétimo selo", "Sonata de outono" e "Fanny e Alexander". Mesmo já tendo lido a respeito dele, críticas sempre elogiosas de seus filmes, por alguma conjunção de fatores eu ainda não havia visto uma obra sua na totalidade. Mas sou da opinião que nunca é tarde para nos redimirmos. E, aproveitando a dica do Pablo Villaça (@pablovillaca) durante o curso de "Linguagem e crítica cinematográficas", assisti "Persona".

Não sei se foi a melhor escolha para iniciar no universo de Bergman. Talvez devesse ter pedido indicações a quem já assistira alguns de seus filmes. De qualquer modo, não me arrependi. E já estou à procura dos demais para assistir. Sabia, de antemão, pelas minhas leituras, que a temática de seus filmes costuma girar em torno de questões existenciais. Ou seja, nada de blockbusters cheios de ação, perseguições e tiroteios. Filmes para ver e refletir a respeito.

Apesar do estranhamento inicial causado pela introdução do filme, gostei bastante dele. Não é um filme fácil, nem de assistir, nem de contar para os amigos. Seria simplificar demais a obra, dizer que se trata tão somente da convivência de uma atriz com problemas emocionais e sua enfermeira. O filme pode ter vários adjetivos, mas simplista certamente não é um deles. Um pouco mais detalhadamente, a estória é a seguinte: Elizabeth Vogler (Liv Ullmann) é uma atriz que emudece, aparentemente sem explicação, durante a apresentação de um espetáculo teatral. Alma (Bibi Andersson) é a enfermeira encarregada dos cuidados relativos à atriz. A médica (Margaretha Krook) a cargo do tratamento de Vogler, oferece-lhe sua própria casa de praia, indicando uma estadia lá a fim de dar continuidade ao tratamento. Isoladas, Alma e Vogler desenvolvem uma relação emocionalmente intensa.

A sequência inicial é uma sucessão de imagens não relacionadas entre si (ao menos no meu entender), mas mesmo assim, bastante impressionante. Não consegui apreender o sentido que o diretor quis dar àquelas curtas cenas. Talvez sua intenção fosse instigar o questionamento do espectador e fazê-lo refletir sobre o significado de cada uma delas: um cinematógrafo, uma crucificação, um pênis ereto, um carneiro sendo sacrificado, alguns cortes de filme mudo. A cena seguinte, de um garoto que acorda num hospital (creio eu) cercado de corpos e que acaricia a projeção de imagens do rosto de Alma e Vogler, a mim serviu de aviso para o que viria a seguir. A fusão das imagens dá a entender que as personagens deixam de ser indivíduos independentes ao (con)fundir suas personalidades. Personalidades moldadas a partir do que a sociedade espera de cada uma delas.

(Um parênteses: depois desse início meio non-sense para mim, tive receio de que o filme fosse uma daquelas obras experimentais em que apenas o roteirista e o diretor conseguem ver algum sentido. Felizmente, apesar de bastante denso e repleto de significados tácitos, foi um dos filmes mais interessantes e instigantes a que assisti nos últimos tempos.)

Persona em latim significa máscara. Era a máscara utilizada pelos atores no teatro grego. O título parece remeter diretamente à personagem de Ullman. Mas no decorrer do filme, percebe-se que se aplica a Alma também. Ambas representam, cada qual a seu modo. Para Vogler, vestir a máscara e representar é sua profissão e, possivelmente, por ter-se cansado disso advém a crise emocional que a emudece (Há uma cena, anterior à ida das duas para a casa na praia, em que a médica discorre exatamente sobre essa hipótese). Para Alma, mesmo encarando a profissão de enfermeira como uma vocação, não deixa de vestir a máscara que a função exige - sempre solícita, cuidadosa, boa ouvinte. Duvido que Bergman desconhecesse o significado de “alma” nos idiomas de origem latina. O nome da personagem dá também uma boa dica sobre o significado dela na trama. Devido à mudez de Vogler, os monólogos de Alma são responsáveis pela viagem de auto-conhecimento e de revelação de ambas.

Destaque para o teor minimalista de toda a obra. Os cenários são simples, praticamente sem elementos de decoração, sóbrios, quase ascéticos. O figurino é discreto e, mesmo o filme sendo em preto-e-branco, pode-se notar que as cores são neutras, branco ou preto (note-se a alteração na cor da roupa das personagens na segunda metade do filme, quando ocorre a mudança na natureza do vínculo entre elas). Até mesmo o elenco é bastante enxuto, apenas 5 atores.

A atuação das atrizes é impecável. Ullman, mesmo muda, consegue dar à sua expressão, a seu olhar, tamanha intensidade que em alguns momentos, assim como a personagem, chegamos a achar as palavras totalmente dispensáveis. Andersson conduz brilhantemente seus monólogos, enquanto expõe a personagem ao escrutínio de Vogler e do espectador. E a câmera de Bergman conduz o olhar do público de modo arrebatador, com planos muitas vezes inesperados, incomuns. Além dos longos silêncios, a fotografia do filme é grande responsável pela criação da atmosfera claustrofóbica que por vezes chega a sufocar o espectador. Os planos fechados, os closes nos rostos, o contraste constante entre luz e sombra, branco e preto. E é nesse jogo de contrastes que ocorre a sobreposição, e subsequente fusão, da face das duas mulheres, quando as personagens se fundem. Sua relação é tão intensa que uma parece tornar-se a outra, numa integração tão íntima que, em dado momento, tem-se a impressão de que são uma só. Em várias cenas do filme pareceu ser, a grosso modo, um corpo com duas cabeças. Duas personalidades fundidas numa só. Uma simbiose tão profunda que os limites entre elas praticamente deixam de existir.

Outro detalhe que atraiu minha atenção foi a “direção” do olhar da câmera. Enquanto na maioria dos filmes, o foco permanece sempre em quem está falando, em muitas cenas somos levados a observar a reação de quem escuta. É como se o diretor quisesse nos fazer ponderar sobre a dinâmica da comunicação. Em muitas ocasiões nos esquecemos que a palavra é metade de quem fala, metade de quem escuta - na verdade, duas mãos de uma mesma via. E o olhar da câmera, uma extensão do nosso, nos faz reparar na reação do ouvinte ao que está sendo dito, ao invés de reparar em como está sendo dito. E o clímax desse jogo de observação - e, na minha opinião, o clímax do filme, além de ser minha cena predileta - é a cena que se repete apenas trocando-se o plano. Na primeira vez, somente ouvimos a voz de Alma enquanto vemos as reações de Vogler. Em seguida, a mesma cena, mas desta vez, ouvimos e vemos Alma. E o final da cena sintetiza em imagens o relacionamento das personagens.

Mesmo sendo da natureza humana perguntar-se constantemente “quem sou eu?”, “como os outros me vêem?” “até que ponto me conheço?”, acredito que não seja um filme para todos os públicos. Para os que não gostam de filmes “psicológicos”, certamente não é uma boa pedida, é quase certo que acharão monótono e cansativo. Já quem curte ser desafiado intelectualmente ao ver um filme, não pode deixar de conferir. Há tantos detalhes a reparar, que tenho certeza de ter deixado passar vários não observados. Não posso afirmar que seja o melhor Bergman, pois foi o único que assisti. Mas posso afirmar, sem dúvida, que gostei bastante, mesmo não sendo um filme fácil de consumir.


“Pensa que não entendo? O inútil sonho de ser. Não parecer, mas ser. Estar alertar em todos os momentos. A luta: o que você é com os outros e o que você realmente é. Um sentimento de vertigem e a constante fome de finalmente ser exposta. Ser vista por dentro, cortada, até mesmo eliminada. Cada tom de voz uma mentira. Cada gesto, falso. Cada sorriso uma careta. Cometer suicídio? Nem pensar. Você não faz coisas deste gênero. Mas pode se recusar a se mover e ficar em silencio. Então, pelo menos, não está mentindo. Você pode se fechar, se fechar pra o mundo. Então, não tem que interpretar papéis, fazer caras, gestos falsos. Acreditaria que sim, mas a realidade é diabólica. Seu esconderijo não é a prova d’água. A vida engana em todos os aspectos. Você é forçada a reagir. Ninguém pergunta se é real ou não, se é sincera ou mentirosa. Isso só é importante no teatro. Talvez nem nele. Entendo porque não fala, porque não se movimenta. Sua apatia se tornou um papel fantástico. Entendo e admiro você. Acho que deveria representar esse papel até o fim, até que não seja mais interessante. Então pode esquecer como esquece seus papéis.”
(a médica, in Persona)


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Drops » Iron Man 2

coded by ctellier | tags: , | Posted On at 10:14



Iron Man 2, direção Jon Favreau

Mesmo com um roteiro mais fraco que do primeiro filme, é diversão garantida.
Filme-pipoca de qualidade. Bem-humorado, divertido, cenas de luta bem coreografadas - apesar de inverossímeis.
Mas não há o que reclamar, afinal é um filme de super herói Marvel.
Cumpre o que se propõe, que é divertir.

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Drops » Salt

coded by ctellier | tags: , | Posted On at 10:09



Salt, direção Phillip Noyce

Salt é um 007 de saias, salto alto e gloss, muito gloss.
Não é um grande filme, mas diverte na medida certa. Certamente, que o público masculino se deleita ainda mais com a enorme quantidade de closes em Angelina Jolie.
Cinema-pipoca de qualidade. Diversão garantida.

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Drops » Pi

coded by ctellier | tags: , | Posted On at 09:16



Pi, direção Darren Aronofsky

Estranho, mas interessante. Não é para qualquer público.
É a antítese do cinema-pipoca.
Tem de ter estômago e estar a fim de colocar os neurônios para funcionar durante e após o filme.

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