E acabou... que venha 2011!

coded by ctellier | tags: | Posted On sexta-feira, 31 de dezembro de 2010 at 11:36

meteorologia: dia lindo de sol
pecado da gula: chocotone
teor alcoolico: nada ainda
audio: masmorracast #17

Final de ano é época de retrospectivas, resoluções de ano novo, balanço sobre as resoluções anteriores, melhor isso, melhor aquilo, top 10, top 20, top 100, pior isso, pior aquilo.

Entrando no clima, orgulho-me em dizer que consegui "produzir" 150 posts no blog durante 2010 (este é o 151º), atingindo a incrível marca de quase 3 posts por semana. Comparando a 2009, foi realmente um incremento significante, já que a média antes era de menos de um post semanal.

Aproveitando o embalo, resolvi listar meus top 10 posts do ano. O critério não foi único. Tem os mais visitados, os que eu mais gostei de escrever, os que me deram mais trabalho pra escrever, os que foram escritos para marcar algum evento importante ou alguma mudança na minha vida.

Mas chega de blá-blá-blá e vamos à lista (ordenada por data de publicação):

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A internet, as redes sociais e tudo o mais

coded by ctellier | tags: , | Posted On domingo, 26 de dezembro de 2010 at 20:36

meteorologia: sol e calor de manhã, chuva à tarde
pecado da gula:
pão na chapa com manteiga
teor alcoolico: 2 smirnoff ice
audio: MioLoOs #5
video: star wars - episode IV

Já li/ouvi/assisti em vários meios de comunicação sobre a interferência da internet na vida das pessoas. Não me refiro aos benefícios óbvios de comunicabilidade, acesso a notícias e à informação em geral. Refiro-me à interferência que a “vida virtual” tem sobre a “vida real”. A maioria dos comentários que ouvi tem a visão, no meu entender, pessimista de que os relacionamentos na vida real serão substituídos pelos relacionamentos virtuais. Cada um ficará trancado em seu mundinho virtual, comunicando-se e relacionando-se com os demais apenas através da rede.

Talvez isso aconteça, mas não num futuro próximo, como alguns textos ou reportagens chegam a apregoar. O que eu vejo acontecer atualmente é justamente o inverso. As redes sociais, Twitter, Facebook, entre outros, não têm o efeito negativo sobre as relações “ao vivo”. O que eu percebo é que os grupos formados nas redes sociais acabam, num momento ou outro, migrando para o mundo real. Não há prejuízo da vida social. Há, ao contrário, um incremento no tempo passado com os amigos conhecidos virtualmente. As redes sociais se tornaram uma extensão da vida pessoal da maioria das pessoas.

A principal vantagem das redes sociais, na minha opinião, é a possibilidade de juntar pessoas com interesses comuns. Cito como exemplo o Twitersrun, definida no próprio site como “A maior comunidade de corredores brasileiros no Twitter”, da qual eu faço parte com muito orgulho. Não me lembro ao certo como conheci o grupo. Até prova em contrário, creio ter lido algum tuit com referência ao 2o. TwittersRunDay - evento virtual sugerido pelo @CassioPoliti em que os twittersrun registram a quilometragem corrida nos dois dias do evento. Acessei o site, fiz o cadastro, registrei meu treino e comecei a seguir alguns dos participantes.

Atualmente, minha lista no Twitter com os twittersrun que eu sigo já ultrapassou a centena. Mas o grupo não se restringe ao Twitter. Em quase todas as provas, há um twitencontro entre os participantes. Tudo marcado e combinado no mundo virtual, mas efetivado no mundo real. Conhecer os twitersrun pessoalmente é uma experiência gratificante. É ótimo saber que todos temos o mesmo interesse comum. A troca de dicas, de conhecimentos adquiridos, as provas agendadas ou já corridas são, logicamente, o assunto principal. Certamente não nos atemos apenas a isso, mesmo porque todos nós temos outros interesses além da corrida. Mas foi a corrida que nos reuniu num grupo virtual que se encontra pessoalmente com certa frequência. A rede social tornou o relacionamento mais produtivo, já que o interesse comum garante a unidade do grupo.

Os encontros ocorrem até mesmo para treinar. Quase todos os sábados, vários twittersrun de Sampa se encontram na USP antes, durante e depois do treino. Parque do Ibirapuera, Horto Florestal, Elevado, só para citar os pontos de encontro mais comuns dos twittersrun paulistanos. Basta tuitar que está saindo para correr, que logo aparece alguém a fim de acompanhar. Onde eu pensaria ser possível achar alguém a fim de ir treinar sabadão em plena manhã de natal? Eu, mesmo sem colocar o despertador para tocar, acordei no horário de sempre. Sábado é dia de treino longo. Estava me achando uma estranha, me vestindo para ir treinar numa manhã natalina. Meio desanimada, ia correr nas avenidas perto de casa. Até ler um tuit do @danilofriolani avisando que estava indo para o Ibirapuera correr. Pronto! Twitencontro agendado, fiz meus 12km na companhia dele e do @andzacarias. E ainda encontramos o @RunMontoro no último quilômetro, que chegara mais tarde e estava aguardando a @YaraAchoa.

Voltando ao início, não creio que esse blá-blá-blá sobre o isolamento criado pela utilização da internet vá ocorrer a curto ou médio prazo. Ainda acredito que as redes sociais - bem utilizadas - têm sim um efeito positivo na vida real das pessoas. Eu, anti-social por natureza, não teria tantos companheiros de corrida - treinos, encontros e churrascos inclusos - não fosse isso.
#recomendo


Twittersrun reunidos na concentração para a #SSCover.

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Simulador... de vôo? Não... de corrida!

coded by ctellier | tags: | Posted On segunda-feira, 20 de dezembro de 2010 at 21:19

meteorologia: verão começa amanhã... hoje já faz calor
pecado da gula: corneto chocolate e caramelo
teor alcoolico: 2 smirnoff ice
audio: masmorra cast #29
video: being john malkovich

Apesar da polêmica gerada pela resolução estapafúrdia da Yescom em relação à distribuição das medalhas da São Silvestre (citada em post anterior), mantive minha decisão de fazê-la. Para onde foi o espírito esportivo? A recompensa após o esforço? Com essa atitude, perde-se totalmente a alma da corrida. Não deixo de achar essa “novidade” um total desrespeito ao corredor, mas eu, assim como tantos outros, gosto de fechar o ano correndo essa prova tão tradicional do calendário de corrida.

Sendo assim, participei ontem do “simulado de prova” organizado pela assessoria. Mesmo já conhecendo o trajeto, acho sempre muito bom poder percorrê-lo sem a muvuca e o tumulto naturalmente causado pelos milhares de participantes. Com a vantagem de ser feito logo cedo - saímos às 7:00 - esquivando-nos da combinação sol+mormaço que costuma ser simplesmente matadora no dia da prova. Justamente por sairmos cedo - cedo para uma manhã de domingo - conseguimos fazer boa parte do percurso na rua, evitando os desníveis e a buraqueira das calçadas.

Saímos no horário e eu, como em outros anos, me programei para completar o trajeto em, no máximo, 1 hora e 40 minutos, contando os pit-stops nos pontos de apoio e paradas forçadas em semáforos. Parti e percebi logo nos primeiros 100m que estava num daqueles dias bons, em que as pernas estão com gás suficiente para suplantar o planejado pelo cérebro. E segui, com um colega da assessoria, a um pace variando entre 5:10 e 5:15 até o primeiro apoio, no quilômetro 4, antes de entrar no elevado. Pensei que talvez fosse efeito do auxílio da gravidade pois, até ali, havia sido morro abaixo. Mas mesmo no elevado e no restante do percurso, o pace manteve-se, diminuindo um pouco nas ladeiras e pontes. Fechei o trajeto em 1h32min., pit-stops inclusos. Tempo muito melhor do que o da prova ano passado, que fiz em 1h40min.

Impressionante como a quantidade de pessoas nesses simulados aumentou significativamente nos últimos anos. No primeiro que fiz, há 3 anos, éramos alguns poucos intrépidos corredores e a preocupação de correr em grupos, principalmente nas ruas do centro velho, era grande. Hoje, nem faz mais tanto sentido, pois há sempre 3-4 corredores poucos metros à frente ou atrás. Não se corre mais sozinho em nenhum trecho.

Voltei para casa bastante satisfeita com o resultado do treino. Principalmente porque, na véspera, havia corrido 12km conforme indicado na minha planilha. Há pouco mais de um ano, fazer dois treinos longos na sequência era algo simplesmente impensável. Durante o treinamento para minha primeira maratona, percebi que isso além de factível não me deixava totalmente extenuada como seria de se esperar. Como comentado em outro post, condicionamento físico é algo recompensador. Satisfação garantida.

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Queimando livros » A ciência médica de House

coded by ctellier | tags: , | Posted On domingo, 19 de dezembro de 2010 at 20:05

meteorologia: calor... muito calor
pecado da gula: pão na chapa com manteiga (e nutella)
teor alcoolico: alguns chopps
audio: mitografias #34
video: zodiac

A ciência médica de House, Andrew Holtz

Li há algum tempo “A física de Jornada Nas Estrelas” (Lawrence Krauss) e gostei bastante. Apesar de achar que fosse um livro oportunista, tentando vender aproveitando-se da franquia Star Trek citada no título, comprei. Li e gostei bastante. Mas não precisa ser trekker para curtir o livro. Tem explanações bastante completas sobre a possiblidade da existência (ou não) de vários elementos da realidade de Star Trek: teletransporte, viagens no tempo, etc.

Tempos depois, vi nas prateleiras um título no mesmo estilo, mas abordando uma das minhas séries favoritas, House. Porém, diferente do livro de Krauss, o de Holtz é sim oportunista. Adquiri achando que veria no livro a mesma seriedade na análise dos casos tratados por House que vi nas análises dos fenêmenos físicos em Star Trek. Grande decepção. Texto superficial, análises rasas e pouco ou nenhum acréscimo de informações para os mais interessados em ciências médicas. É fácil de ler, justamente pela ausência de profundidade.

Um conhecido pediu-me o livro emprestado. Contrariamente aos meus hábitos, não só emprestei como disse que ele poderia ficar com o livro para si.
Li e não gostei. Não recomendo.

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Pé de corredor

coded by ctellier | tags: | Posted On sábado, 18 de dezembro de 2010 at 13:24

meteorologia: e a chuva não pára
pecado da gula: pão doce
teor alcoolico: ainda nada
audio: podmaníacos - fim de ano
video: nerdoffice

Num post nem tão recente, comentei sobre o bichinho da corrida. Nele, falei sobre a facilidade de se iniciar no "fantástico mundo dos corredores", devido à quase inexistência de requisitos mínimos para caminhar e/ou correr. Passada a primeira fase, os que persistem (como eu e toda a galera do #twittersrun) começam a procurar equipamentos e acessórios mais específicos para a prática esportiva escolhida. Lógico que o foco principal é sempre o tênis, responsável por fazer a interface entre nosso corpo e o solo. Mas não só ele é importante. Descobri que as meias também fazem diferença. Muita diferença.

No início, utilizava meias simples de algodão, sem cano. As mesma que usava no dia-a-dia ao ir para a academia treinar. Para as distâncias curtas que eu conseguia correr e a pouca frequência dos treinos elas estavam atendendo a contento.

Quando comecei a aumentar as distâncias e a frequência, elas começaram a deixar a desejar. As bolhas começaram a me perseguir. Primeira providência: passar vaselina nos dedos dos pés antes das provas e dos treinos mais longos. Ajudou, mas não resolveu totalmente.
Passo seguinte, ir a uma loja de equipamentos esportivos e procurar meias específicas para corrida. O vendedor me recomendou a Thorlos. Gostei bastante e recomendo. Mas apenas para longas distâncias. Para distâncias menores, eu ainda sofria com o calor nos pés e as bolhas.

Mais uma ida à loja e saí de lá com um par de Asics. Aquelas com o par diferenciado para pé direito e esquerdo. Foi satisfação logo no primeiro treino. Mantêm os pés secos, têm amortecimento nos locais certos e se ajustam perfeitamente nos pés. Aprovadas com louvor. Comprei logo quatro pares e não me arrependi. Sempre que alguém me pergunta sobre meias de corrida eu as indico, sem receio algum. Nunca mais tive bolhas... ufa!

Dia desses, tive de adquirir mais um par. Na loja, meu modelo predileto estava em falta e o vendedor indicou-me uma da Nike, no mesmo estilo. Pés diferenciados, amortecimento maior em locais específicos. Testei ontem e realmente é tão boa quanto a Asics. Bom que agora tenho mais opções na hora da compra.

Ainda uso as de algodão em treinos leves na esteira, mas para provas e treinos mais longos não abro mão do equipamento especializado.

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Vergonha na São Silvestre

coded by ctellier | tags: | Posted On sexta-feira, 17 de dezembro de 2010 at 15:10


A minha indignação (minha e de toda a comunidade #twittersrun) está perfeitamente traduzida neste post do @joelleitao:
"São Silvestre é imoral, ilegal ou engorda?".

Leiam.

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The good shepherd

coded by ctellier | tags: | Posted On segunda-feira, 13 de dezembro de 2010 at 01:20

meteorologia: chove chuva...
pecado da gula: sorvete de chocolate
teor alcoolico: 2 stella artois
audio: rapaduracast #211
video: quarto do pânico

The good shepherd, direção Robert De Niro

Nem lembro por que incluí este filme na minha lista. Não sei se pela direção de Robert De Niro, já que gostei bastante de "A Bronx tale". Ou talvez pelo elenco estelar, vários bons atores dão um certo aval a qualquer filme. Ou se foi indicação de alguém. Independente do motivo, apesar da pouca expectativa (ou talvez por causa dela), o filme revelou-se mais do que eu esperava. Conta os primeiros anos da CIA, acompanhando a trajetória de um de seus agentes que, ao assumir o departamento de contra-inteligência e tornar-se posteriormente figura de destaque da agência, vê sua vida pessoal seguir o sentido inverso.

Assim como em "A Bronx tale", De Niro conduz o elenco com incrível talento. Consegue que a atuação dos atores tenha o tom exato da conspiração e segredo dos assuntos abordados. É como se eles próprios estivessem o tempo todo com a sensação de serem observados. Aliás, o elenco é uma atração à parte, com destaque para Matt Damon, bastante centrado e conciso no papel. Destaque também para os efeitos especiais. Imperceptíveis, na maioria das cenas e, por isso mesmo, extremamente eficazes.

Para quem gosta de história, o filme também é um prato cheio, além de bastante fiel aos fatos. O filme consegue não ser maniqueísta. Sem se focar apenas na rivalidade EUA/URSS, questiona sempre até que ponto a atitude de um homem deve ser contrária a seu caráter sendo propícia a seu país.
O filme, despretenciosamente, prende a atenção do expectador com um roteiro complexo (tanto pelos temas tratados como pela inserção de flashbacks) mas extremamente bem construído, não deixando que se perca o fio da meada em nenhum momento. Creio, no entanto, que uma montagem um pouco mais linear, com menos “vai-e-vens” no tempo favoreceria bastante. No meu entender, ficaria ainda melhor se se “enxugasse” algumas cenas longas com detalhes desnecessários à trama, diminuindo um pouco a duração do filme. Com esses pequenos ajustes, em minha opinião, o filme se tornaria quase perfeito.

Mesmo com esses pequenos “defeitos”, vale a pena ser assistido. Eu recomendo.

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Descoberta etílica

coded by ctellier | tags: | Posted On domingo, 12 de dezembro de 2010 at 20:30

meteorologia: sol e calor... muuuito calor
pecado da gula: pão francês, uns 2 ou 3
teor alcoolico: 1 stella artois
audio: nerdcast #239
video: prince of persia

Young's Double Chocolate Stout

A garrafa chamou minha atenção na prateleira do supermercado. Sempre exploro a prateleira de cervejas em busca de novidades - e promoções também. Nunca a tinha visto e comprei principalmente pela curiosidade sobre o sabor de uma cerveja que tem chocolate no nome e na composição.

Deliciosa descoberta. Gostei muito mesmo. Bastante saborosa. O aroma de chocolate é mais forte que o sabor, que não estraga em nada a degustação da cerveja.

Achei este post com bastantes detalhes no blog "Para que você cerveja?".

Pena que o preço dificulta degustar mais vezes essa delícia.
Vale experimentar. Eu indico.

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Play Time

coded by ctellier | tags: | Posted On domingo, 5 de dezembro de 2010 at 21:11

meteorologia: chuva de verão
pecado da gula: pão na chapa com manteiga
teor alcoolico: 1 stella artois
audio: jotacast #18
video: high stakes poker

Inspirada pelo NerdCast #238, segue minha lista de games prediletos - independente de plataforma:

Prince of Persia
O original. A primeira versão. Aquela que todo nerd jogou em monitores de fósforo verde (joguei a colorida tb).
Não que a versão mais recente seja ruim. Os gráficos obviamente são muito melhores. A gama de movimentos possíveis é bem maior. Mas não prende a atenção como a versão "tosca" que rodava em DOS. Como foi dito no podcast, o bom game tem de fazer o usuário querer jogar sempre mais um pouco e, ao terminar o game, querer jogar de novo. E a nova versão não conseguiu isso, ao menos não comigo.


Tetris
Simples e viciante. Não há melhor descrição.
Joguei tanto durante certo tempo que chegava a sonhar com as pecinhas caindo e se empilhando.
Ainda hoje, jogo de vez em quando no celular.




God of War
A estória é muito boa. Os gráficos são espetaculares. A música casa muito bem com o enredo.
As lutas são o grande destaque. Vários golpes e combos, além da oportunidade de poder evoluir armas e ataques.
Seria o game perfeito se não intercalasse a porradaria com alguns desafios mais "intelectuais", tipo empurrar caixinhas em determinada sequência e outras coisas do gênero.
Mas ainda assim, é muito, muito bom.


Simcity
O jogo de simulação que mais joguei. Aliás, jogo Simcity desde a primeira versão de 1989.
Perdi a conta de quantas horas gastei construindo cidades e administrando recursos.
Ainda gosto muito de games desse estilo. O que me remete ao próximo game da lista.


Age of Empires
Quando joguei a primeira vez, achei que fosse um Simcity mais "parrudo", com mais recursos e possibilidades. Mas é bem mais que isso.
É um game de estratégia em tempo real. Diferente de Simcity, é possível jogar contra outros players. O que, logicamente, aumenta bastante o desafio do jogo.
O jogador não é responsável apenas por construir uma cidade, mas sim por conduzir uma civilização. É necessário fazê-la evoluir através das eras, fazendo-a avançar tecnologicamente, combinando recursos, conhecimento, construções, treinamento bélico.
Joguei todas as versões, inclusive os pacotes de expansão. Muito bom mesmo.


Black
Jogo de tiro em primeira pessoa. Um dos melhores que já joguei.
O jogador tem à sua disposição um vasto arsenal indo de pistolas a lança foguetes. Mas como o personagem apenas pode carregar duas armas por vez, é preciso usar estratégia para saber escolher as melhores armas em cada fase. Os gráficos são muito bons.



Return to Castle Wolfenstein
Outro jogo de tiro em primeira pessoa. Usa o mesmo engine do Quake III Arena.
Baseado no clássico Wolfenstein 3D, o primeiro jogo de tiro em primeira pessoa.


F.E.A.R. (First Encounter Assault Recon)
Jogo de tiro em primeira pessoa. Jogabilidade semelhante ao Black, mas a estória mistura alguns elementos sobrenaturais.


Crysis
Jogo de tiro em primeira pessoa.
Os gráficos são excepcionais, extremamente realistas.
Jogabilidade muito boa e efeitos físicos impressionantes.


Angry Birds
Game simples que virou mania entre os usuários de celulares com touch.
Diferente dos demais, ainda não zerei, e ainda falta muito.

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Incinerando películas » The wolfman

coded by ctellier | tags: , | Posted On sábado, 4 de dezembro de 2010 at 22:10

meteorologia: sábado de sol...
pecado da gula: churrasco + brigadeiro e beijinho
teor alcoolico: cerveja + caipirinha
audio: nerdcast #238
video: the good shepherd

The wolfman, direção Joe Johnston

Trailer interessante
Poucas vezes não é. E neste caso, como em tantos outros, tudo de interessante do filme estava no trailer. Não tinha mais nada que fizesse valer o ingresso do cinema (ainda bem que assisti em casa).

Elenco de qualidade
Anthony Hopkins: não preciso nem elogiar... Silent of the lambs, Remains of the day, Surviving Picasso e tantos outros que nem consigo lembrar. Só ele já me levaria a assistir o filme.
Benicio del Toro: 21 grams, Traffic, Snatch. Assim como Hopkins, estaria inclinada a assistir qualquer filme em que constar do elenco.
Hugo Weaving: inesquecível em Matrix, "Mr.Anderson". Ótima atuação em V for Vendetta, mesmo mascarado.
Mas mesmo todo esse "poder de fogo" não conseguiu salvar o filme.

O filme se arrasta por quase duas horas, sem conseguir definir uma linha narrativa. Alterna entre gótico, drama psicológico, ação, gore. E apenas consegue prender a atenção do público com esse último. Quem gosta do estilo consagrado por George Romero tem diversão garantida nas cenas de ataque do lobisomem. Não falta talento ao elenco. O que falta é um bom roteiro e uma boa direção.
Enfim, mais um monstro do imaginário popular que não recebeu o tratamento merecido. Uma pena.
Não recomendo.

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Incinerando películas » "In the bedroom"

coded by ctellier | tags: , | Posted On domingo, 28 de novembro de 2010 at 18:48

meteorologia: sol e calor o dia todo
pecado da gula: sorvete
teor alcoolico: algumas itaipavas pra tentar refrescar
audio: rapaduracast #210
video: indiana jones e os caçadores da arca perdida

In the bedroom, direção Todd Field

Este é o primeiro post da categoria Incinerando películas, cuja intenção é não indicar um filme. Não necessariamente o filme deve ser ruim, eu apenas não gostei e vou comentar por quê. Por razões óbvias, os posts dessa categoria não serão tão longos quanto os que falam dos filmes que eu recomendo. Talvez eu até agrupe dois ou três filmes por post. Mas espero não desgostar de muitos filmes que eu assistir.

O título nacional (Entre quatro paredes) remete erroneamente à peça de Sartre, Huis Clos, cujo título em português é exatamente "Entre quatro paredes". Infelizmente, o filme não tem nenhuma relação com a peça. Apesar das indicações ao Oscar pela obra (melhor filme, melhor roteiro), não achei o filme assim tão bom. Mas as indicações dos atores foram merecidas. Tom Wilkinson, Sissy Spacek e Marisa Tomei estão bem em seus personagens, mas não excepcionais, não o suficiente para tornarem o filme assistível. Achei-o contido e arrastado demais. Chega a ser chato em vários momentos. É medíocre no sentido literal. Dramas familiares há aos montes nas locadoras. E este, no meu entender, não é um que se destaque da maioria.
Não vale a pena gastar duas horas assistindo.




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Diversificando

coded by ctellier | tags: | Posted On at 07:44

meteorologia: o sol promete...
pecado da gula: panetone
teor alcoolico: nada (por enquanto)
audio: rapaduracast #208
video: avatar

Habituei-me a escrever todos os dias, independente de ter "inspiração" ou algum assunto ultra-mega interessante sobre o que discorrer. As consequências foram basicamente duas: vários textos iniciados e não finalizados; pressa em conseguir acessar o google docs quando uma idéia interessante me ocorre. Apesar da quantidade de textos escritos, ainda não consegui atingir a meta de postar aqui no blog diariamente. Poderia postar apenas 2 ou 3 linhas, mas acho sacanagem com quem acompanha o blog. Não são muitos, e não gostaria de decepcioná-los vendendo gato por lebre.

Decidi, então, disciplinar um pouco minhas publicações. Começando por comprometer-me a postar algo no mínimo uma vez por semana. O próximo passo é, não necessariamente periodizar, mas conseguir publicar todo mês ao menos uma resenha/crítica de livro, uma resenha/crítica de filme, um top ten e uma nova categoria de post que eu resolvi chamar de "queimando livros" ou "incinerando películas". Eu, habitualmente, acabo escrevendo apenas sobre o que me agrada, o que eu acho que vale a apena, o que eu recomendaria a alguém. Mas acho que também seja interessante escrever o que eu vi/li e não gostei, explicar o porquê e tentar evitar que outros desperdicem seu tempo com algo que não valha a pena. O próximo post já inaugura essa categoria com um filme que assisti ontem à noite.

Já me sugeriram também incluir nos temas minhas experiências culinárias. Talvez eu o faça, mas provavelmente não neste blog. Falar sobre comes e bebes me interessa também, porém creio que não seja este o canal. Possivelmente eu monte um blog específico.

Bom, é isso. Sugestões e críticas são sempre bem-vindas. Comentem please.

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"Se ele é aquele que se esconde, eu serei aquele que procura."

coded by ctellier | tags: | Posted On sábado, 27 de novembro de 2010 at 10:40

meteorologia: ótimo dia de sol
pecado da gula: pão na chapa com manteiga
teor alcoolico: nada ainda
audio: nerdcast #237
video: brilho eterno de uma mente sem lembranças

The Strange Case of Dr. Jekyll and Mr. Hyde, Robert Louis Stevenson

Num momento de vadiagem dominical comecei a assistir um dos meus episódios prediletos de Frajola e Piu-Piu, “Hyde and Go Tweet”, em que o pássaro toma uma poção no escritório de um tal Dr.Jekyll e transforma-se num Piu-Piu gigante nada amistoso. Além de me divertir com o episódio e também ao recordar de um colega de trabalho cujo apelido (desconhecido por ele, lógico) era Piu-Piu Gigante, lembrei da obra original e achei que seria interessante resenhá-la. Não só pelo interesse da obra em si, mas também para cumprir um dos itens do desafio de um post anterior (item 1, resenhar uma obra do século XIX).

No caso deste livro, não preciso me preocupar com spoilers pois a estória é praticamente de domínio público. Dr.Jekyll, médico, formula um composto que, ao ser ingerido, revela a dualidade de sua personalidade, incorporada por Mr.Hyde, seu duplo fisicamente horrível e desprovido de moralidade.

O interessante da obra, além da estória em si, é o formato narrativo. Conduzida por um narrador durante boa parte do livro, a utilização de primeira pessoa nos capítulos finais imerge o leitor na narrativa de forma bastante criativa. A estrutura do texto, como numa investigação policial, onde os relatos de várias pessoas se completam, evidencia a maestria na condução do enredo. Assim como um quebra-cabeça, privilegiando o suspense, todo o quadro só se revela no desenlace da estória. Por já fazer parte do inconsciente coletivo - há inúmeras citações a essa dualidade médico/monstro - atualmente, é difícil lê-la com a inocência de quem não faz idéia do que se trata. Mas provavelmente deve ter marcado os leitores da época, como sendo uma excelente obra de horror.

Interessante como o sempre presente fog londrino é parte da estória quase como um personagem, encobrindo todos os tipos de crimes, que se tornaram comuns na época retratada no livro, devido ao contraste cada vez maior entre as classes sociais na metrópole. Além de discorrer sobre a degradação decorrente da explosão demográfica na Londres do século XIX, o autor foca-se também no conflito moral de todo homem. Mesmo soando clichê, o embate entre o bem e mal convivendo dentro de cada um permeia toda a estória.

Vale a leitura. Apesar de datado. E apesar de já conhecermos o "segredo" da trama.


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Prosit!

coded by ctellier | tags: | Posted On terça-feira, 23 de novembro de 2010 at 20:53

meteorologia: calor... ao menos hoje não choveu
pecado da gula: queijo quente
teor alcoolico: 1 dado bier red ale
audio: eu vou de bike #28
video: the walking dead s01e04

Fazendo compras outro dia no supermercado, deparei-me com uma grata surpresa na prateleira de cervejas: quatro variedades da "1a. microcervejaria" do Brasil, a Dado Bier. Comprei uma lata de cada, lógico, para degustar: Red Ale (tomando agora), Belgian Ale, Weiss e Lager. E, aproveitando o ensejo, nada mais natural que um post com minha lista de cervejas prediletas (não estão em ordem de preferência):

  • Erdinger Weiss (Alemanha)
    Cerveja de trigo leve, não filtrada.
    Cervejas de trigo me agradam bastante, não só pelo sabor, mas também pelo charme ao ser servida em copo próprio. Gosto da maioria das marcas, mas esta é a minha favorita. Gosto também da Erdinger Dunkel, mas a Weiss é insuperável.
  • Stella Artois (Bélgica)
    Cerveja belga do tipo lager. Ótima para saciar a sede, tem sabor bastante agradável. Para minha satisfação, agora fabricada aqui pela Ambev, o que a deixou acessível. E as suas propagandas de tv são, na minha opinião, as melhores.
  • Guinness (Irlanda)
    É a Dry Stout de que mais gosto. O amargo do lúpulo com o adocicado do malte formam uma combinação perfeita.
  • Old Speckled Hen (Reino Unido)
    Cerveja Pale Ale de cor âmbar. Bastante cremosa e saborosa.
  • Amstel (Holanda)
    Cerveja clara, dourada, de sabor leve e bastante refrescante. Comprei a primeira vez pela curiosidade quanto ao design da tampa.
  • Baden Baden Golden (Brasil)
    Cerveja do tipo Ale de sabor levemente adocicado. Deve seu nome à sua cor ouro vermelho.
  • Murphys Irish Red (Irlanda)
    De cor âmbar escura, é bem cremosa e de sabor levemente tostado.
  • Leffe (Bélgica)
    Pale Ale de coloração indo do âmbar ao dourado. De sabor levemente adocicado e frutado.
  • Devassa Loura (Brasil)
    Pilsen levemente amarga, bastante refrescante e saborosa.
  • Eisenbahn Dunkel (Brasil)
    Cerveja lager escura, de sabor levemente adocidado e tostado, semelhante a café e chocolate.

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Desafios

coded by ctellier | tags: | Posted On sábado, 20 de novembro de 2010 at 11:37

meteorologia: tempo meio indeciso
pecado da gula: pizza amanhecida
teor alcoolico: nada ainda
audio: nerdcast #236
video: nerdoffice s01e03

Instigada pela @anacarolinars, decidi aceitar outro desafio postado por ela no Leitura Escrita. Antes de comecar, percorri meu blog e fiz um levantamento para identificar quais itens eu já tinha cumprido e o que faltava ser feito.

  1. Falta.
  2. Falta.
  3. Falta.
  4. Feito. Mas farei mais algumas.
    Clarice na cabeceira, organização Teresa Montero
  5. Falta.
  6. Falta.
  7. Feito.
    Intermitências da Morte, José Saramago
    O senhor das moscas, William Golding
    Crónica de una muerte anunciada, Gabriel García Márquez
    Neve, Orhan Pamuk

É... tenho trabalho pela frente. Mas não tenho pressa.
Resenhar livros é sempre uma atividade muito gratificante. E, exceto pelos itens 2 e 3, já tenho uma idéia das obras a serem contempladas.


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Releituras

coded by ctellier | tags: , | Posted On segunda-feira, 15 de novembro de 2010 at 23:14

meteorologia: céu azul e calor
pecado da gula: café da manhã de pousada
teor alcoolico: por enquanto, nada
audio: add #813
video: the walking dead - s01e03

Com a idéia dada pela @anacarolinars, num post do blog Leitura Escrita, comecei a pensar numa lista. São muitos os livros que eu gostaria de reler. Minhas pilhas de livros adquiridos e ainda não lidos são grandes. Mas mesmo assim, por muitas vezes, vejo-me tentada a reler um livro muito querido, ao invés de enfrentar a incerteza de um livro desconhecido. Enfim, segue abaixo minha lista de (re)leitura. Todos os livros são especiais de alguma maneira. Todos me marcaram durante a leitura, ou marcaram momentos importantes da minha vida. E consigo lembrar exatamente como me senti quando os li pela primeira vez. Talvez seja essa a razão da vontade de relê-los, reviver a sensação da primeira leitura.

  • Crime e castigo - Dostoievski
  • A sangue frio - Truman Capote
  • Dom Casmurro - Machado de Assis
  • O tempo e o vento - Érico Veríssimo
  • O vermelho e o negro - Stendhal
  • A náusea - Jean-Paul Sartre
  • Perto do coração selvagem - Clarice Lispector
  • Vinhas da ira - John Steinbeck
  • O intruso - William Faulkner
  • O sítio do pica-pau amarelo (toda a coleção) - Monteiro Lobato

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Tolerância zero

coded by ctellier | tags: | Posted On terça-feira, 9 de novembro de 2010 at 21:23

meteorologia: calor calor calor
pecado da gula: brownie
teor alcoolico: vários chopps devassa
audio: capacete #65
video: the walking dead

Não, o texto não é sobre a polícia nova-iorquina e a adoção da política de intolerância aos menores delitos. Apesar de esse tema também merecer um post - mas não hoje. Hoje o post é curtinho, uma pílula. O título refere-se ao personagem do saudoso Francisco Milani, Seu Saraiva, e sua clássica rabugice.

Quem me conhece ou convive comigo sabe o quanto comentários e, principalmente, perguntas idiotas e/ou sem sentido conseguem me deixar irritada. Pode ser burrice, lerdeza, falta de atenção ou mesmo falta de assunto. Mas incomoda, e muito. Como disse um colega agora há pouco no twitter, “dá vontade de esganar”. Contudo, apesar da vontade, eu acredito que não valha a pena se desgastar por tão pouco. Afinal, o problema nem é meu. Eu apenas me irrito com o que decorre dele. A irritação é momentânea e termina tão logo seja dada uma resposta à altura. Infelizmente (ou felizmente), em algumas situações, a boa educação me impede de verbalizar o comentário em voz alta. Pior de tudo é que tem gente que é assim o tempo todo. E sinceramente creio que não seja exclusividade minha, todo mundo tem seu momento ‘Saraiva’.

A web está lotada de exemplos de frases assim, não vou ficar listando aqui. Mas entre as clássicas, a imbatível e que sempre merece uma resposta Saraiva, acho que é a seguinte:
Alguém te liga em casa, no meio da noite.
Você atende com a voz ainda meio enrolada de sono e o indivíduo pergunta:
- Estava dormindo?

Não sei dos outros, mas minha resposta Saraiva padrão é: “Não, estava esperando você ligar...”.
Pergunta idiota, tolerância zero!

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Playlists

coded by ctellier | tags: , | Posted On domingo, 7 de novembro de 2010 at 22:20

meteorologia: sol e céu azul
pecado da gula: steakhouse burger (no burger king)
teor alcoolico: 2 smirnoff ice
audio: radiobla #63

Eu simplesmente não entendo como há pessoas que conseguem correr sem um sonzinho no ouvido. E não são poucas. Cruzei com muitas durante meu longão, feito hoje cedinho no Ibirapuera. Alguns dizem que atrapalha. Eu não consigo. Se tiver de correr sem música, fico entediada antes de chegar ao terceiro quilômetro. Se o treino de corrida for na esteira então, pior ainda. Imagina se eu teria pique para ir e voltar na ciclovia do rio Pinheiros. No way!

Não sou xiíta a ponto de planejar meu playlist baseada no percurso que irei fazer. Vou escutando o que der vontade. Em geral, podcasts musicais: ADD, Máquina do Tempo, episódios antigos do M2List, RadioBla, Fita Cassete, Vou de Bike. Algumas vezes, podcasts não-musicais: NerdCast, RapaduraCast, SpinOff, Fala Séries. E mais raramente, rádio mesmo, Kiss FM sempre.

Mas sempre existem algumas músicas que não podem faltar, principalmente numa prova. Aquelas que eu sei que vão me dar o ritmo e o ânimo necessário para atingir meu objetivo. Aí vai a lista. Tem rock (lógico), world music, rythm & blues e música clássica:

Ramones - I Don't Want To Grow Up



Queen - Don't stop me now



Ultraje a Rigor - Pelado



Afro Celt Sound System - Mojave



Audioslave - Cochise



Titãs - Será que é disso que eu necessito?



Queens Of The Stone Age - No One Knows



Metallica – Die Die My Darling



Ray Charles - Hit The Road Jack



5a.sinfonia de Beethoven


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"Details, baby. Details." (Dil)

coded by ctellier | tags: | Posted On sábado, 6 de novembro de 2010 at 12:19


The crying game, direção Neil Jordan

Chegou 5a.feira para eu assistir, "The Last King of Scotland", com Forrest Whitaker como protagonista, no papel de Idi Amin. Sempre que penso nesse ator, vem-me à mente o primeiro filme que me lembro de ter visto com ele, "The crying game". Talvez não tenha sido o primeiro, mas foi o primeiro em que eu reparei na atuação desse excelente ator. Sua participação no filme não é extensa, mas bastante significativa. E esse filme faz parte daquela lista de filmes que eu revejo sempre que há oportunidade.

Dos filmes de Neil Jordan, é o meu predileto. Na verdade, foi o único que me chamou atenção, o único que recomendaria se alguém me pedisse uma indicação. Não é que "Entrevista com o vampiro", "Não somos anjos", "Michael Collins" e "Valente" não sejam bons. Apenas não são memoráveis.

Difícil definir a temática do filme. O título em português (como em tantas vezes) pode dar a impressão errada sobre o tema. Mas mesmo depois de assistir é complicado dizer se é uma estória sobre amizade, amor, política, terrorismo, redenção. É uma composição disso tudo. Talvez por isso seja tão interessante e intrigante.

A estória é simples. IRA seqüestra um soldado inglês, Jody (Whitaker), que desenvolve certa amizade com o guerrilheiro, Fergus (Stephen Rea), encarregado de vigiá-lo. Mas o soldado morre e o guerrilheiro vai comunicar sua morte à namorada do soldado, por quem acaba se apaixonando. A partir daí, alguns desdobramentos incomuns ocorrem, enquanto o grupo quer convencer Fergus a participar de mais uma missão.

A atuação de Stephen Rea, em mais uma parceria com Jordan, é excelente. Quase impossível imaginar outro ator nesse papel. Whitaker está muito bem, apesar da pequena participação. Mas quem realmente rouba a cena num interpretação quase sublime é Jaye Davidson. Faz sua personagem ser encantadora, misteriosa e extremamente sensual. A certa altura do filme, o fato de que o intérprete é um homem é apenas mais um detalhe, facilmente esquecido durante a projeção.

O filme permite interpretações variadas, e certamente cada espectador opta por uma delas. Não há um ponto de vista único, uma única perpectiva. Sem dar spoilers, é arriscado tentar explicar qual é o assunto do filme, no meu entender. Não estou em cima do muro, mas é daqueles filmes que é preciso assistir para entender por que não é possível explicá-lo antes.

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“L'enfer, c'est les autres”

coded by ctellier | tags: | Posted On at 09:52

meteorologia: chuvinha chata
pecado da gula: pão com nutella
teor alcoolico: nada ainda
audio: nerdcast #234
video: the walking dead

Nunca assisti à peça de Sartre da qual faz parte essa fala, “Huis Clos” (em português, “Entre Quatro Paredes”). Mas apesar disso, penso nela bastante amiúde, nas mais diversas situações. No contexto original da peça, três pessoas vão para o inferno, no caso um aposento mal decorado com móveis velhos e não o local quente e vermelho presente no imaginário popular. Nesse ambiente, são obrigados a conviver com as diferenças, os defeitos, as manias dos outros. Convivência que culmina com um dos personagens proferindo a famosa frase: “O inferno são os outros”. Nessa fala, Sartre sintetizou um sentimento característico do ser humano: a tendência inata de nos eximir de culpa e responsabilizar qualquer outra coisa ou pessoa por nossas vicissitudes. Certamente que em muitas situações, o que nos acontece não é totalmente controlado por nossas próprias ações. Estamos, com frequência, à mercê de agentes externos. Mas assim como Sartre, acredito que assumir a responsabilidade sobre nossos atos é o caminho para conseguir a liberdade plena.

A última ocasião que lembrei dessa frase, foi ao ler uma notícia sobre o suicídio de um professor universitário. É um assunto que sempre me suscita as mesmas perguntas. O que leva uma pessoa ao suicídio? O que faz com que alguém queira tirar a própria vida? O que pode ser tão ruim para que a única solução possível seja a morte? Apesar das questões serem coerentes, há nelas embutida uma falácia. Ao formulá-las, estou pressupondo que haja uma alternativa, uma escolha. Mas na visão de uma pessoa com algum distúrbio neurológico a escolha inexiste. Não há outra opção possível. Não sou especialista, mas creio que alguém com depressão tenha a percepção alterada, de si mesmo, dos outros, do que os outros pensam a seu respeito. Acredito que exista ao mesmo tempo uma supervalorização negativa da opinião alheia em detrimento do “auto-conceito”. E essa inversão da percepção impede que o depressivo enxergue uma alternativa. “Se o que penso, o que sou, vale tão pouco, por que continuar aqui?” É a frase da peça levada ao extremo. O depressivo acaba balizando sua existência pelo conceito que ele acha que os outros têm dele.

Ainda citando Sartre, “O importante não é aquilo que fazem de nós, mas o que nós mesmos fazemos do que os outros fizeram de nós.” Infelizmente, o suicida parece não conseguir perceber essa importância.

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Através das oliveiras

coded by ctellier | tags: | Posted On sábado, 30 de outubro de 2010 at 20:55

meteorologia: chuva... e que chuva...
pecado da gula: pão na chapa com manteiga
teor alcoolico: 2 stella artois, 1 dose de the famous grouse
audio: nerdcast #233

Através das Oliveiras (Zire darakhatan zeyton), direção Abbas Kiarostami

Assisti a esse filme há uns 10, talvez 12 anos. Gostaria de revê-lo, mas não o encontrei na lista do NetMovies, nem em lojas virtuais. Mas graças ao tio Torrent, consegui assisti-lo novamente. Apesar de pouco ter visto do cinema iraniano, o que vi sempre foi de meu agrado. E com o filme de Kiarostami não foi diferente.

Lembrava, da primeira vez que assisti, do inusitado da estória e da simplicidade e singeleza como foi contada. É pura metalinguagem. Como se fosse um documentário, é um filme contando a estória da “feitura” de um filme, desde a escolha do elenco até a direção dos atores, escolhidos entre os habitantes da cidade selecionada como locação. Durante a filmagem, é mostrado o passo-a-passo da gravação de uma única cena, repetida à exaustão, gesto por gesto, fala por fala, tomada por tomada.

O inusitado fica por conta do casal protagonista. Se, no filme dentro do filme, eles representam um casal recém-casado logo após o terremoto que atingiu a cidade, na “vida real” não são um casal apesar de o rapaz (Hossein) tentar convencer a moça (Tahere) do seu amor, implorando para que se case com ele. Percebe-se que ele erra as falas propositalmente, a fim de ter mais tempo ao lado dela, tentando retardar a separação - inevitável ao final da filmagem. É interessante como a realidade é interrompida pela ficção tão amiúde, sem qualquer cerimônia. As tentativas de aproximação de Hossein são entrecortadas pelas gravações das cenas. É poético e, ao mesmo tempo, chega a ser engraçado, acidamente engraçado.

O fio narrativo é amarrado de forma bastante imaginativa. A ausência de movimentos de câmera mais ousados ou de qualquer efeito especial demonstra que a simplicidade é tudo, reafirmando o tom documental do filme. Para se contar uma boa estória nada mais é necessário além de “uma idéia na cabeça e uma câmera na mão”. É essa despretensão que faz o filme ser tão agradável de assistir. E fica a questão, afinal é tudo ficção ou um retrato da realidade pós-terremoto daquela pequena cidade iraniana?



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Sapatilha de estimação

coded by ctellier | tags: | Posted On terça-feira, 26 de outubro de 2010 at 22:29

meteorologia: tempo estranho, frio e calor
pecado da gula: pão de queijo
teor alcoolico: 1 caipirinha
audio: nina simone

Não, o post não é sobre balé. Mesmo porque eu sou descoordenada demais pra dançar qualquer estilo, quanto mais balé. Admiro quem consegue, mas não é pra mim.

O assunto do post são as sapatilhas de ciclismo. Consideradas item supérfluo por alguns e imprescindível por outros. Certamente os que as consideram como dispensáveis o fazem por basicamente dois motivos, ou nunca usaram ou não pedalam com frequência e/ou intensidade suficiente que justifique o uso. Concordo que, pra quem só vai ao parque no domingo dar um passeio de 20 ou 30min. a uma velocidade média de 15km/h, a sapatilha é realmente desnecessária. Os que pedalam com certa frequência - mais do que um passeio dominical - mas nunca experimentaram usar sapatilha, também têm a tendência a afirmar que um tênis comum é mais que suficiente. Para os primeiros seu uso simplesmente não se justifica, uma vez que o passeio pode ser feito até calçando um chinelo ou mesmo descalço. Para os outros, basta utilizar uma ou duas vezes para que ocorra uma mudança de opinião.

Eu não tinha o hábito de pedalar, não na rua. Fazia aula de spinning na academia quase todos os dias. Justamente por esse motivo, um dos professores recomentou o uso da sapatilha. Não colocava fé numa mudança significativa. Mas fui surpreendida. E tornou-se um hábito usá-la sempre para pedalar.

Com a inauguração da Ciclovia do Rio Pinheiros, cuja entrada fica a poucos minutos da minha casa, adquiri uma bike e me acostumei a pedalar lá sempre que possível, em geral, 3 a 4 vezes por semana. Primeiro, porque pedalar é sempre divertido. Segundo, para incrementar minha performance na corrida, estimulando outros grupos musculares que não os utilizados nos meus treinos habituais. E a primeira coisa que fiz com a magrela, antes de sair pra pedalar, foi trocar os pedais por um par daqueles com presilhas para os taquinhos da sapatilha.

Faço parte da parcela de ciclistas que considera a sapatilha indispensável. Melhora a postura na pedalada já que os pés ficam corretamente posicionados no pedal. Elimina a preocupação com a possibilidade do pé escapar do pedal, durante um sprint ou subindo uma ladeira. E já tinham me falado que aumenta a potência da pedalada, minimizando o esforço. Anteontem confirmei empiricamente essa afirmação. Ciclistas amadores, como eu, têm o hábito de apenas empurrar o pedal para baixo ao pedalar. Parece um pouco óbvio, já que pedalando sem sapatilha, é o único movimento possível. O que a sapatilha nos proporciona é a possibilidade de “puxar” o pedal para cima na segunda fase da pedalada, uma vez que ela está presa a ele. Domingo, na ciclovia, ao voltar da Vila Olímpia, o vento estava soprando contra. Mas não era uma brisa, era um vento forte. E manter a velocidade da bike estava bem difícil. No meio do caminho, já estava com as pernas cansadas de tanto fazer força no pedal. Quase desistindo e já pensando em descer da magrela e voltar andando, achei que talvez puxar o pedal ajudaria um pouco. E não ajudou um pouco, ajudou muito. Aliás, diminuiu o esforço quase pela metade. Como qualquer equipamento, saber usar, ou melhor, saber fazer uso completo dele faz toda a diferença.

O modelo que eu uso é esse aí da foto. É o que chamam de sapatilha tipo tênis. O taquinho fica "embutido" no solado, permitindo andar a pé normalmente. Diferente das demais, em que o taquinho é saliente e se é obrigado a andar quase como um palhaço a fim de evitar escorregar e/ou tropeçar.

Eu, que já gostava de pedalar usando sapatilhas, não vejo outra forma possível além dessa. Lógico que, como tudo, tem seus inconvenientes. Atire o primeiro taquinho o ciclista que nunca levou um tombo por não conseguir soltar a sapatilha a tempo. Eu já tomei dois. Pior que o incômodo da queda é o mico de tombar feito uma árvore morta, totalmente sem ação enquanto o chão se aproxima. Mas faz parte. O benefício compensa. E não é um raladinho no joelho que vai me fazer mudar de idéia.

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District 9

coded by ctellier | tags: | Posted On segunda-feira, 25 de outubro de 2010 at 20:52

meteorologia: tempo indeciso.. fez frio, fez calor, fez frio de novo
pecado da gula: x-tudo
teor alcoolico: 2 stella artois
audio: nerdrops #66
video: lost season 06

District 9, direção Neill Blomkamp

Havia lido algumas críticas bastante favoráveis ao filme e a premissa me pareceu bem promissora: uma raça alienígena que chega à Terra como refugiada que, apesar de absorvida pela sociedade, é vítima de manifestações intensas de xenofobia e segregação social. E, pasmem, a nave extraterrestre não está sobre New York, Washington ou qualquer outra capital americana. Ela paira sobre a maior cidade da África do sul, Johanesburg. Óbvia referência à política de apartheid que vigorou no país durante anos, o filme nitidamente coloca os aliens como representantes das minorias subjugadas às classes dominantes. Há também referências aos campos de concentração nazistas, à limpeza étnica, aos guetos, às condições subumanas a que se sujeita grande parte da população de países do Terceiro Mundo - ver adultos e crianças aliens catando comida no lixo é chocante. Só pela capacidade do roteiro suscitar tais referências já é um grande mérito do filme.

Apesar de toda a temática social do pano de fundo, o filme não é um drama denso. É ficção científica de qualidade, com direito a cenas de ação e tiroteios. E consegue ser bastante verossímil no estilo narrativo escolhido. A exemplo de outras produções - The Blair Witch Project e Cloverfield, por exemplo - o filme convence bem no formato de pseudo-documentário (descobri que se chama mockumentary). Conseguiria se passar facilmente por um desses documentários da Discovery ou da National Gegraphic. A fotografia com paleta desbotada e "seca" dá o tom de realismo necessário. Apesar de em alguns momentos ser utilizada uma montagem convencional, o que não chega a enfraquecer muito a narrativa.

O elenco desconhecido dá conta do recado, apesar de alguns deslizes perdoáveis. Destaque para o protagonista, Sharlton Copley como Van De Merwe, que consegue dar ao personagem todas as nuances de caráter, que vão se modificando no decorrer da estória.

Despretencioso em sua concepção, revela-se uma grata surpresa. Realmente muito bom.
Vale a pena assistir.

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Toon Town

coded by ctellier | tags: , | Posted On sábado, 23 de outubro de 2010 at 12:22

meteorologia: friozinho
pecado da gula: torradas com nutella
teor alcoolico: nada ainda
audio: alternativando #89
video: uma cilada para roger rabbit

Estava (re)vendo Roger Rabbit ontem. Eu sei, é praticamente um filme infantil. Mas é divertido de assistir. E, na minha opinião, um dos melhores filmes feitos "misturando" personagens reais (gente de verdade) e desenhos 2D. Resolvi, então, fazer um lista de filmes que usaram esse recurso.

Uma cilada para Roger Rabit
(Who Framed Roger Rabbit)
direção: Robert Zemeckis


Como já disse, o meu predileto. E, no meu entender, o mais bem feito também. A integração entre os atores e os cartoons é praticamente perfeita. Em certos momentos, tem-se a impressão que o elenco está realmente contracenando com os desenhos e não apenas atuando em frente a uma tela azul. O roteiro não é genial, mas não decepciona. O filme é recheado de clichês, a maioria deles fazendo referência a desenhos animados e filme noir, o que não deixa de ser uma homenagem.


Você já foi à Bahia?
(The Three Caballeros)
direção: Norman Ferguson, Clyde Geronimi, Jack Kinney, Bill Roberts, Harold Young


Até o lançamento de Roger Rabbit, era o que eu mais curtia. Disney é sempre Disney. E ainda gosto muito de assisti-lo.






Space Jam
direção: Joe Pytka
Vale a pena apenas para ver Michael Jordan jogando - porque atuando é um desastre. E logicamente para ouvir Pernalonga falando "What's up doc?"








Monkeybone - No Limite da Imaginação
Monkeybone
direção: Henry Selick










Speed Racer
direção: Andy Wachowski, Lana Wachowski










Tron - Uma Odisséia Eletrônica
direção: Steven Lisberger
Apesar de um pouco tosco, vale por ter levado ao cinema a noção de realidade virtual, onde os softwares são extensões do ser humano que os criou. Estou aguardando a estréia da sequência, Tron: Legacy, na expectativa de que o visual seja tão legal quanto o do game.






Encantada
Enchanted
direção: Kevin Lima










Mary Poppins
direção: Robert Stevenson
Pode até ser considerado um excelente musical, mas eu não gosto. Achei chato na primeira vez que assisti e não mudei de opinião depois, ao rever algumas vezes. Julie Andrews está bem, como sempre, apesar de eu preferi-la em "The sound of music".







Looney Tunes - De Volta à Ação
Looney Tunes: Back in Action
direção: Joe Dante











Mundo Proibido
Cool World
direção: Ralph Bakshi


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Sucesso

coded by ctellier | tags: | Posted On terça-feira, 19 de outubro de 2010 at 20:30

meteorologia: dia lindo de sol
pecado da gula: sorvete de massa
teor alcoolico: 2 smirnoff ice
audio: rapaduracast #205
video: lost season 06

Estava folheando uma revista há algumas semanas e, numa coluna sobre trabalho e carreira, havia um questionamento de um leitor que para alguns pode parecer tolo. Mas interessou-me bastante por ter gerado identificação imediata com meu modo de pensar. O leitor em questão afirmava que ao contrário de seus colegas de trabalho, não pretendia ser um exemplo de sucesso na vida profissional. Que ter o melhor emprego ou galgar cargos na hierarquia não era necessário à sua felicidade. E ele questionava se há algo de errado em ser assim, se ele poderia ser considerado pior que seus colegas por causa disso.

Eu, particularmente, penso como ele. E já há muito tempo deixei de me questionar se há um jeito certo ou errado de conduzir a vida profissional. Quando comecei a trabalhar, pensei que a melhor atitude era a dos colegas desse leitor - e da quase totalidade dos meus colegas, tanto do meu primeiro emprego, como do atual. Mas passado algum tempo, percebi que, apesar de parecer ser a melhor atitude para os demais, não era a melhor para mim. E durante certo tempo, assim como o leitor, questionei-me sobre isso. Ficava me perguntando se havia algo de errado, se eu seria inferior a eles por pensar dessa forma. Mas percebi simplesmente que a minha definição de sucesso é que diferia dos demais. Minha concepção era outra. O sucesso profissional, conforme a visão dos demais, não era (continua não sendo) ingrediente básico para o meu bem-estar, para minha felicidade.

Respeito os demais. Cada um é cada um. E acredito que devemos viver de acordo com a nossa definição de felicidade. Não consigo entender pessoas que resumem sua própria existência ao cargo que têm e à ambição de chegar a níveis hierárquicos mais elevados. Assim como provavelmente, esses não entendem a minha concepção de sucesso (ou a ausência dela). O que me incomoda são demonstrações explícitas e arrogantes de status profissional. O que me incomoda é que não respeitem o meu ponto de vista. O que me incomoda é que tentem me convencer que a outra visão é a correta, a melhor, a única possível.

Se há quem acredite que investir na carreira e se dar bem profissionalmente é o caminho, pois bem, lute por isso, corra atrás do que lhe traz satisfação. Eu, por outro lado, encaro o trabalho como um meio, não como um fim. Construir uma carreira não é algo que signifique realização pessoal para mim. Se meu salário me sustenta, para mim é o que basta. Não pretendo dedicar meu tempo a algo que não me satisfaz pessoalmente, e sucesso profissional definitivamente não faz parte dessa lista. E não sinto arrependimento algum por agir desse modo. Executo meu trabalho da melhor forma possível e espero não ser recriminada apenas por não ambicionar chegar algum dia a um cargo de direção na empresa onde estou.

Conversando com um amigo, ele argumentou que a ambição, o desejo de alçar vôos mais altos na carreira, é consequência da falta de bens e/ou dinheiro em algum momento da vida. Que quem, como eu felizmente, não sofreu esse tipo de privação possivelmente não tenha tanta ambição quanto os que sofreram. Discordo, em parte. Acredito que a ambição deva-se ao fato de estar insatisfeito com o que já se tem e não apenas, não necessariamente à falta de algo. Talvez a falta de “algo” potencialize essa ambição. Conheço pessoas nas mesma condições (financeiras/profissionais) que eu que são extremamente ambiciosas, que almejam “riqueza e glória”, parafraseando Indiana Jones. E para elas, atingir essa meta passa obrigatoriamente pela obtenção de status profissional. Não os condeno. Apenas esse não é meu modo de encarar minha vida profissional. Minha ambição é direcionada a outras coisas. Simples assim.

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Último trimestre

coded by ctellier | tags: | Posted On sábado, 16 de outubro de 2010 at 22:07

meteorologia: abafado demais
pecado da gula: pastel de feira + garapa
teor alcoolico: 2 stella artois (por enquanto)
audio: papo lendário #30
video: il buono, il brutto, il cattivo (aka Três homens em conflito)

Final do ano que chega. Supermercados já tomados por panetones. Horário de verão que se inicia (finalmente). Nesta época, nossa tendência é colocar o pé no freio, já em preparação para o mês de dezembro que costuma ser uma festa só.

Para quem corre, também costuma ser assim. A São Silvestre acaba sendo a melhor maneira que nós, corredores amadores, temos para comemorar o ano novo. Mas este ano vai ser diferente. A inclusão de uma prova longa em novembro deve ter mudado o cronograma de treinos de muitos que, como eu, consideram a meia maratona como a melhor distância a ser percorrida.

Aliás, neste fim de ano, tenho duas metas que me propus atingir e já estou treinando para isso.
Resumem-se basicamente em diminuir meu tempo de conclusão das duas distâncias que eu mais curto correr: 10km e 21km. São elas:
- completar uma meia maratona em 2 horas, ou menos
- completar uma prova de 10km em 50min, ou menos

As provas escolhidas foram, respectivamente, a última etapa do Circuito Athenas e a Samsung Corpore. E as escolhas não foram por acaso. Completei as duas outras provas do Circuito Athenas e não poderia deixar de fazer a última etapa, aproveitando para atingir nela um dos meus objetivos. Já a Samsung é especial por ter sido a primeira prova que corri, em 2007. E, apesar do percurso casca grossa, foi nele que fiz 10km em menos de 1 hora pela primeira vez, e é nele que eu espero bater meu recorde pessoal e completar a distância em 50min.

Além dessas duas, participação garantida em mais algumas corridas. Segue abaixo toda a lista:

  • 24/10 » Meia Maratona Sesc de Revezamento
  • 14/11 » Circuito Athenas - Etapa III - 21km
  • 21/11 » Samsung 10K Corpore SP Classic Zumbi dos Palmares
  • 05/12 » Série Delta - 3a. Etapa - 10km
  • 31/12 » São Silveste - 15km


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"Quer me fuder me beija, porra!"

coded by ctellier | tags: | Posted On quinta-feira, 14 de outubro de 2010 at 14:22

meteorologia: frio ainda
pecado da gula: um alfajor
teor alcoolico: 1 original, 2 doses de absolut
audio: radiofobia #40

Tropa de Elite 2, direção José Padilha

Depois de duas tentativas frustradas, devido a extensas filas, consegui assistir. Fui no feriado, na primeira sessão do cinema, 12:15. Já fiz isso em outras ocasiões e, em geral, além de mim só havia mais 9-10 gatos pingados. Desta vez, mais de 50% da sala estava ocupada. Incomum, tratando-se de um filme nacional. Aliás, desta feita, a lotação devia-se justamente ao fato de ser um filme nacional. Sequência do filme nacional de melhor bilheteria dos últimos anos. Visto por esse lado, é gratificante presenciar o público valorizando um produto legitimamente brasileiro.

Aliás, a continuação provavelmente só foi possível devido ao sucesso estrondoso do primeiro filme, que foi um fenômeno de bilheteria apesar de ter “vazado” semanas antes da estréia. Muitas pessoas, eu inclusive, compraram o dvd pirata, assistiram em casa e depois foram ao cinema. Não só para rever o filme - divulgou-se que a versão vazada não era a final - mas também para prestigiar a produção. “O filme é muito bom e eu faço questão de pagar para assistir no cinema.” Foi basicamente o que ouvi da maioria das pessoas. E a propaganda boca a boca foi ferramenta essencial na divulgação. Feito uma onda, os comentários sobre o filme invadiram todas as rodas, do boteco às baladas de luxo, da periferia às mansões. Foi literamente um “boom”. um fenômeno de mídia.

Devido a esse sucesso, a expectativa com o lançamento da sequência era grande, muito grande. Talvez por isso.. não, certamente por isso muita gente saiu um pouco decepcionada do cinema. Boa parte das pessoas esperava mais um filme “porrada e sangue no zóio”, assim como o primeiro. E não é exatamente isso. Os palavrões, os jargões que caem imediatamente no gosto popular, a presença marcante e engraçada de Milhem Cortaz. Está tudo ali. Porrada? Tiro? tem também. Violência? Sangue? Tem também. Mas não nas mesmas proporções e tudo com um enfoque bastante diferente. Enquanto o primeiro questionava a postura da sociedade frente à criminalidade e o modo que deveria ser combatida, o segundo tem uma perspectiva bem mais ampla, questiona todo o sistema, toda a politicagem envolvida em manter essas engrenagens rodando. Mas nem por isso deixa de ser “pé na porta, tapa na cara, soco no estômago”, como tuitei quando a sessão terminou. Enquanto o primeiro dissecava as entranhas de uma corporação policial, o segundo vai além e aborda a promiscuidade do sistema, do “relacionamento” da máquina do Estado com o crime organizado. Um é filme policial, o outro é crítica social. O que foi visto no primeiro, é contextualizado no segundo.

Destaque para o elenco, numa escalação primorosa, desde os atores que repetem os papéis do primeiro filme até os “novatos”. Wagner Moura numa performance que pode ser descrita no mínimo como brilhante. Uma aula de interpretação. Aproveitando a deixa, devo admitir que a narração em off feita pelo seu personagem me incomodou um pouco. Não que eu ache que não deveria ter sido feita, sendo um recurso narrativo que se mostrou bastante eficiente no primeiro filme, mas creio que nesse segundo foi excessiva. Em certos momentos, didática demais, quase explicando ao público o que estava ocorrendo na tela. Over. Talvez tenha sido proposital, a fim de guiar o público. Mas me deixou incomodada como um vício de linguagem.

Talvez a melhor ironia do filme seja o letreiro inicial, informando que os fatos são fictícios, apesar da semelhança com a realidade. Indubitavelmente, é um espetáculo cinematográfico. Mas certamente seu maior mérito não é esse, é ser uma análise bastante ácida sobre o momento atual do nosso país.
Vale a pena. Eu recomendo.

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Construção

coded by ctellier | tags: | Posted On segunda-feira, 11 de outubro de 2010 at 21:19

meteorologia: que friooooooo
pecado da gula: spaghetti com molho branco
teor alcoolico: 1 smirnoff ice, 1 stella artois
audio: rapaduracast #204

É, na minha opinião, uma das melhores letras de Chico Buarque. Não só pelo seu conteúdo, sempre contrapondo o material e o humano, o real e o irreal. Mas também pela métrica dos versos, sempre terminados em proparoxítonas trissílabas, recurso que reforça o tema da música, a repetição metódica e cíclica dos movimentos de uma construção. Genial.



Construção (Chico Buarque)

Amou daquela vez como se fosse a última
Beijou sua mulher como se fosse a última
E cada filho seu como se fosse o único
E atravessou a rua com seu passo tímido

Subiu a construção como se fosse máquina
Ergueu no patamar quatro paredes sólidas
Tijolo com tijolo num desenho mágico
Seus olhos embotados de cimento e lágrima

Sentou pra descansar como se fosse sábado
Comeu feijão com arroz como se fosse um príncipe
Bebeu e soluçou como se fosse um náufrago
Dançou e gargalhou como se ouvisse música

E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público

Morreu na contramão atrapalhando o tráfego

Amou daquela vez como se fosse o último
Beijou sua mulher como se fosse a única
E cada filho seu como se fosse o pródigo
E atravessou a rua com seu passo bêbado

Subiu a construção como se fosse sólido
Ergueu no patamar quatro paredes mágicas
Tijolo com tijolo num desenho lógico
Seus olhos embotados de cimento e tráfego

Sentou pra descansar como se fosse um príncipe
Comeu feijão com arroz como se fosse o máximo
Bebeu e soluçou como se fosse máquina
Dançou e gargalhou como se fosse o próximo

E tropeçou no céu como se ouvisse música
E flutuou no ar como se fosse sábado
E se acabou no chão feito um pacote tímido
Agonizou no meio do passeio náufrago

Morreu na contramão atrapalhando o público

Amou daquela vez como se fosse máquina
Beijou sua mulher como se fosse lógico
Ergueu no patamar quatro paredes flácidas
Sentou pra descansar como se fosse um pássaro
E flutuou no ar como se fosse um príncipe
E se acabou no chão feito um pacote bêbado

Morreu na contramão atrapalhando o sábado

Por esse pão pra comer, por esse chão prá dormir
A certidão pra nascer e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir,
Deus lhe pague
Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça e a desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes pingentes que a gente tem que cair,
Deus lhe pague
Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir,
Deus lhe pague

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