O reino gelado

coded by ctellier | tags: | Posted On sexta-feira, 1 de março de 2013 at 10:16

meteorologia: solzinho sem-vergonha
pecado da gula: rabanada
teor alcoolico: nada ainda
audio: elvis presley
video: life on mars

O reino gelado (The snow queen)
roteiro: Vlad Barbe, Vadim Sveshnikov
direção: Vlad Barbe, Maksim Sveshnikov.

(Resenha originalmente publicada no Vórtex Cultural, em 22/02/2013)

Sinopse
Desejando criar um novo mundo no qual o vento polar esfrie as almas humanas, a Rainha da Neve cobriu o planeta com gelo e ordenou a destruição de todas as artes. De acordo com as previsões de um espelho mágico, a última ameaça aos seus planos estaria no mestre-vidreiro Vegard, cujos espelhos refletem não apenas a aparência, mas também as almas das pessoas. Então, o vento polar sequestra Vegard e sua esposa Una, deixando seus filhos Kai e Gerda para trás. O tempo passa e os servos da Rainha acabam capturando também Kai, acreditando que o garoto é o sucessor de seu pai. Mas sua irmã Gerda, agora uma garota muito corajosa, não vai deixar isso barato. Embarcando em uma jornada pelo reino, ela vai encarar todos os obstáculos ao lado de seus novos amigos para salvar o irmão e voltar a aquecer os corações das pessoas.
(fonte: site Playarte Pictures)

Produção russa de 2012 do estúdio Wizart Animation, a animação é baseada num conto de fadas escrito por Hans Christian Andersen, dinamarquês autor de estórias clássicas: “O patinho feio”, “A menina dos fósforos”, “O soldadinho de chumbo” e “A roupa nova do imperador”. Apesar de não tão conhecido quanto os demais - ao menos aqui no Brasil -, “A rainha da neve” já ganhou várias adaptações cinematográficas. A propósito, a Disney pretende lançar sua versão, chamada Frozen, em novembro de 2013.

Como em tantas outras adaptações, apenas o “esqueleto” da estória foi mantido, assim como os personagens centrais. Mas isso não é um problema, desde que o filme se sustente sozinho. No caso deste, os roteiristas deram um banho de modernidade em toda a estória, transformando um conto de sete atos, repletos de discussões éticas e morais, num quase thriller de fantasia. Para desfrutar, basta esquecer a estória original, encarar o roteiro como uma nova ideia e embarcar na aventura.



O roteiro tem algumas falhas mas nada que compremeta a compreensão da estória. Sobre os personagens há pouco a dizer, pois são os esterótipos básicos de contos de fadas: o casal de órfãos - a menina valente e o menino sonhador; a rainha má - com direito a um espelho conselheiro; o ajudante da vilã - sempre um pouco atrapalhado e que acaba se revelando como sendo “do bem”; as pessoas diversas que Gerda conhece durante sua jornada - a dona da estufa, o rei e seus filhos, o grupo de piratas, a feiticeira boa; e, certamente, não poderia faltar um animalzinho - Luta, um furão - para garantir o nível de fofura necessário.

É nitidamente um filme para crianças. Os adultos acostumados ao estilo Pixar de roteiros de animação certamente sentirão falta daquelas sacadas “for adults only”. Mas isso não deixa o filme menos interessante de se assistir. A qualidade da animação é muito boa, levando em consideração que não se trata de um grande estúdio. A sequência de abertura captura a atenção do espectador de forma bastante eficiente. As cenas de ação, exceto pelo exagero no uso de slow motion, são convincentes e bem empolgantes. Pode perfeitamente ser assistido em 2D, pois o 3D pouco ou quase nada acrescenta à experiência de assistir ao filme.

É um filme mediano, a maioria de seus aspectos está na média, alguns um pouco abaixo. Não há nada que se destaque do todo, nada que faça o espectador dizer “Ah, a estória é comum, mas tal coisa é sensacional!”. Enfim, “não é assim uma Brastemp” mas cumpre bem sua função de passatempo, certamente agradando crianças e pré-adolescentes.



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