Blink

coded by ctellier | tags: | Posted On sábado, 2 de janeiro de 2010 at 09:04

meteorologia: e só chove e chove
pecado da gula: stollen
teor alcoolico: ainda nada
audio: temple of the dog
video: american chopper



Blink - A decisão num piscar de olhos, Malcolm Gladwell

Havia visto o livro nas minhas andanças pela Cultura, mas não tinha me animado a comprar pois o subtítulo parecia ser de um guia de autoajuda. Apenas tempos depois, retornei para efetuar a compra, depois de ele ter sido incluído numa lista de sugestões para jogadores de poker. Afinal, na mesa de poker, estamos todo o tempo exercitando o que o autor chama de "inconsciente adaptável".
Recomendei o livro a um amigo semanas atrás e, aproveitando o ensejo, resolvi postar minhas opiniões já que não o fiz quando o li há cerca de 2 anos.

O autor analisa a importância do que costumamos chamar de intuição, aquelas decisões instantâneas tomadas sem que, conscientemente, saibamos exatamente o porquê. Já dizia Darwin, que sobrevive o mais apto. E uma das aptidões necessárias para o ser humano ter sobrevivido por tanto tempo é a capacidade de tomar decisões rápidas em momentos críticos. O psicólogo Timothy Wilson escreve que “a mente opera com maior eficiência relegando ao inconsciente uma boa parcela do pensamento sofisticado e de alto nível, assim como um moderno jato de passageiros consegue voar com o piloto automático com pouco ou nenhuma intervenção do piloto humano ‘consciente’". E é dessas decisões que o livro trata. Tanto as "do bem" - conseguir avaliar se alguém é competente ou criativo após minutos de conversa; quanto as "do mal" - associar mulheres ao trabalho doméstico ou negros à deliquência ou preguiça.

O autor explica que essas análises quase instantâneas baseiam-se no que ele chama de "fatiar fino", isto é, captar "pedaços" de informação suficientes para formar uma opinião sobre a situação antes mesmo de analisá-la conscientemente. Aliás, ao questionar alguém que tenha feito isso ao tomar uma decisão, dificilmente ela conseguirá objetivamente exprimir em palavras as razões que a levaram àquela conclusão.

Apesar do que o texto na contracapa nos leva a crer, o livro não ensina uma fórmula mágica para que possamos utilizar o "fatiar fino" em todas as nossas decisões. Pois é óbvio que o nosso inconsciente adaptável só será capaz de nos guiar na direção correta se tivermos conhecimento suficiente sobre o assunto, pois fatiar fino depende logicamente de nossas experiências. Citando o primeiro exemplo do livro, sobre o reconhecimento da veracidade da origem de uma estátua grega, eu obviamente não teria a menor condição de fatiar fino, uma vez que o meu conhecimento sobre arte antiga é praticamente nulo, meu inconsciente adaptável estaria vagando no escuro.

Acho que vale a leitura, por mostrar que a intuição não tem nada de sobrenatural, que existe uma explicação de como conseguimos tomar essas decisões baseados aparentemente em nada - apenas extraindo o máximo com o mínimo de informação no menor tempo. Mas também por explicar quando podemos (e devemos) dar ouvidos a essa "voz interior", e quando essas análises podem estar sendo influenciadas pelo ambiente e pelo contexto.

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Nas nuvens...

coded by ctellier | tags: | Posted On quarta-feira, 30 de dezembro de 2009 at 20:32

meteorologia: seila, acho que estava calor... acho que choveu
pecado da gula: chocolate
teor alcoolico: 1 dose de black label (pra celebrar)
audio: damien rice
video: rounders

Difícil colocar em palavras meu estado de espírito hoje. Mas creio que o que mais se aproxima seja a poesia de Drummond n"O amor natural".

"(...)
Quem ousará dizer que ele e só alma?
Quem não sente no corpo a alma expandir-se
até desabrochar em puro grito
de orgasmo, num instante infinito?

O corpo noutro corpo entrelaçado,
fundido, dissolvido, volta à origem
dos seres, que Platão viu completados:
é um, perfeito em dois; são dois em um.

Integração na cama ou já no cosmo?
Onde termina o quarto e chega aos astros?
Que força em nossos flancos nos transporta
a essa extrema região, etérea, eterna?"

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The Big Bang theory - Xmas episode

coded by ctellier | tags: , | Posted On terça-feira, 29 de dezembro de 2009 at 21:33

Sensacional!!!

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A menor mulher do mundo

coded by ctellier | tags: | Posted On at 21:20

meteorologia: calor, chuva, chuva e calor
pecado da gula: chocotone
teor alcoolico: 2 doses de red label
audio: the doors
video: the big bang theory

Adoro esse conto de Clarice Lispector. Esse e "A legião estrangeira" são os meus prediletos.
Apesar do meu repúdio por quem rabisca e escreve nas margens de livros, foi-me impossível lê-lo sem grifar alguns trechos (em itálico, abaixo):

"(...) A mãe dele estava nesse instante enrolando os cabelos em frente ao espelho do banheiro, e lembrou-se do que uma cozinheira lhe contara do tempo de orfanato. Não tendo boneca com que brincar, e a maternidade já pulsando terrível no coração das órfãs, as meninas sabidas haviam escondido da freira a morte de uma das garotas. Guardaram o cadáver num armário até a freira sair, e brincaram com a menina morta, deram-lhe banhos e comidinhas, puseram-na de castigo somente para depois poder beijá-la, consolando-a. Disso a mãe se lembrou no banheiro, e abaixou as mãos pensas, cheias de grampos. E considerou a cruel necessidade de amar. Considerou a malignidade de nosso desejo de ser feliz. Considerou a ferocidade com que queremos brincar. E o número de vezes em que mataremos por amor. Então olhou para o filho esperto como se olhasse para um perigoso estranho. E teve horror da própria alma que, mais que seu corpo, havia engendrado aquele ser apto à vida e à felicidade."

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Criança e consumo

coded by ctellier | | Posted On domingo, 27 de dezembro de 2009 at 18:43

meteorologia: calor!!!!!!
pecado da gula: 2 croissants
teor alcoolico: 1 bohemia oaken (delícia!)
audio: pink floyd
video: lost - season 5


Mensagem encaminhada pelo Fernando. Vale parar e dar atenção.


"Caros Integrantes da Rede de Trabalho Criança e Consumo,

é com grande alegria que comunicamos o lançamento de um Manifesto pelo fim da Publicidade e da Comunicação Mercadológica Dirigida ao Público Infantil - Publicidade Infantil Não.


Dessa forma, gostaríamos de convidá-los à adesão do Manifesto.

Destacamos, ainda, a possibilidade de Pessoas Jurídicas assinarem o Manifesto, que já com a adesão de 72 Instituições. Para tanto, a Instituição interessada deve enviar e-mail para instituicoes@publicidadeinfantilnao.org.br

Atenciosamente  "


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