"A idiotice é vital para a felicidade"

coded by ctellier | | Posted On sexta-feira, 28 de outubro de 2005 at 17:20

meteorologia: vento a todo vapor
pecado da gula: 1 fatia de torta mousse de chocolate
cafeína: 4 cafezinhos

Não é a intenção primordial do blog, mas segue um texto que recebi dum amigo (o Bob) por email. E vale a leitura, mesmo não tendo certeza se o texto é mesmo do Jabor.

A idiotice é vital para a felicidade
por Arnaldo Jabor
Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre.

Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado?
Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes,separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota!

Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que oboçal do seu chefe disse.
Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias,inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo,sincronia, mas pela ausência de idiotice.Trate seu amor como seu melhoramigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que temconselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?Hahahahahahahahaha!...

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?
Desaprenderam a brincar.
Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura;piora se for densa.

Dura, densa, e bem ruim.

Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda!

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - eesse é o único "não" realmente aceitável.

Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras.

Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios".
"Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche."

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Ulisses

coded by ctellier | tags: | Posted On quarta-feira, 26 de outubro de 2005 at 22:17

pecado da gula: 1 fatia de bolo de banana
meteorologia: meio maluca essa primavera
teor alcóolico: 1 dose de Red Label
cafeína: 4 cafezinhos, 1 capuccino
som: Jack Johnson

"Ulisses" (James Joyce)
Ufa! Finalmente cheguei até a metade do livro. Satisfeita comigo por ter passado a barreira das primeiras 100 páginas, o que simplesmente não consegui fazer ao tentar ler a outra tradução do livro, por Antonio Houaiss. E, como afirmou um amigo meu bibliófilo, esse não é um livro a ser lido num fôlego só, pede tempo de degustação.
Esta tradução, feita por Bernardina da Silveira Pinheiro, devolve à obra o imenso prazer da leitura. Quem leu "Grande Sertão: Veredas" e se encantou com os neologismos de Guimarães Rosa, certamente encontra em "Ulisses" o mesmo caráter lúdico da linguagem, a mesma liberdade fonética e, em certos momentos, a mesma estrutura narrativa que acompanha o fluxo de pensamento do personagem.
Assim como tantas outras obras, inclusive de outras mídias (vide O Brother, Where Art Thou? dirigido por Joel Coen) o livro é livremente inspirado na "Odisséia", de Homero, e descreve um dia na vida de Leopold Bloom (16 de junho de 1904, em Dublin). Mas diferente das outras, esta não é apenas mais uma entre tantas releituras do clássico de Homero. Por grande parte da crítica literária, "Ulisses" é considerado um dos melhores livros do século passado.
Cada capítulo do livro cobra mais ou menos uma hora do dia, começando às 8 da manhã. O que mais achei interessante até agora, além da linguagem, é que cada capítulo tem um estilo de narrativa diferente e cada um deles é relacionado a uma cor e órgão do corpo humano (essa lista vem no início do livro).
Bom, ainda estou degustando... quando terminar, volto a escrever sobre ele.

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