Drops » The book thief

coded by ctellier | tags: , , | Posted On sexta-feira, 17 de janeiro de 2014 at 23:47

meteorologia: chuvas de verão
pecado da gula: pizza
teor alcoolico: 1 murphy's red
audio: cup song in gaelic
video: corrida no ar

The book thief (2013) - A menina que roubava livros
roteiro: Michael Petroni
direção: Brian Percival
★ ★ ★ ★ ★

Sinopse:
Baseado no livro best-seller, A Menina Que Roubava Livros conta a história de Liesel, uma garotinha extraordinária e corajosa, que foi viver com uma família adotiva durante a Segunda Guerra, na Alemanha. Ela aprende a ler, encorajada por sua nova família, e Max, um refugiado judeu, que elas escondem embaixo da escada. Para Liesel e Max, o poder das palavras e da imaginação se tornam a única escapatória do caos que está acontecendo em volta deles. A Menina Que Roubava Livros é uma história sobre a capacidade de sobrevivência e resistência do espírito humano.

Mais uma adaptação de livro que decepcionou. O filme é mediano - a nota correta seria 2,5 - e a experiência de assisti-lo foi a pior que tive nos últimos anos. Acostumei-me ao sossego das cabines de imprensa, com 30 a 40 pessoas dispersas numa sala de 300 lugares, e já há algum tempo não enfrentava um cinema lotado - superlotado para ser mais exata.

Devo agradecer à Editora Intrínseca que concedeu aos blogs parceiros a oportunidade de ir assistir à pré-estreia. E a parte boa da história termina aqui. Retirei o convite com a equipe da editora por volta das 20:00. A sessão seria às 21:00 e os ingressos deveriam ser retirados na bilheteria a partir das 20:30, o que não ocorreu. Houve uma mudança da programação ou o cinema informou incorretamente como seria feito. Bom, havia uma fila gigante, que saía da entrada do Cinemark, descia a escadaria que fica em frente até o piso térreo do Market Place.

Detalhe: já que não havia ingressos, obviamente não havia lugares marcados. Depois de enfrentar a muvuca na fila e a falta de educação - infelizmente corriqueira - no local onde era distribuída a pipoca e o refrigerante de cortesia, consegui entrar na sala e encontrar um lugar razoavelmente bem posicionado. Mas minha satisfação durou pouco. À minha direita, duas senhoras que passaram quase todo o filme soltando exclamações de surpresa ou consternação e que, no final, começaram a soluçar e chorar ruidosamente. À minha esquerda, um casal que passou o filme todo tecendo comentários. Todo mundo deve conhecer pessoas assim, que assistem e vão comentando o que se passa no filme - "olha! fulano fez isso", "nossa! sicrano fez aquilo". Tive de conter a vontade de perguntar se algum deles era cego e necessitava que o outro lhe descrevesse o que se passava na tela. Para completar, o indivíduo sentado à minha frente, parecia estar com formigas dentro da cueca, já que não parava de se mexer na poltrona, obstruindo minha visão das legendas.

Como se já não bastasse isso, o filme não foi excepcionalmente bom a ponto de conseguir compensar todo esse desconforto. O livro é muito, muito bom. É um daqueles que dá vontade de reler. Seu grande trunfo é ser narrado pela própria morte, o que confere à trama um ponto de vista único, incomum. Além do narrador, o mais interessante do livro é o contraponto entre o encantamento de Liesel pela leitura e suas experiências com a morte. Há nele um quê de Fahrenheit 451 e de Precious, ao focar no poder transformador, libertador, redentor da leitura e da escrita. Devido a um roteiro que se preocupou apenas em pinçar os eventos - mas não as reflexões - que ocorrem no livro, esse enfoque se perdeu totalmente. E o filme se tornou apenas mais um (melo)drama de guerra. Uma pena.



.

.