Test-drive: Brooks Glycerin 8 (parte 1)

coded by ctellier | tags: | Posted On quarta-feira, 8 de setembro de 2010 at 13:37

meteorologia: frio ainda
pecado da gula: folhado de presunto e queijo
teor alcoolico: nada ainda
audio: nerddrops #60

Atualmente treino e faço provas basicamente com dois modelos, ambos da Mizuno: ProRunner até 10km e Wave Creation para distâncias maiores.
Já fiz o teste de pisada duas vezes e os resultados coincidiram: pé normal com pisada neutra, ligeiramente supinada. Apesar de os dois modelos que uso serem indicados para a minha pisada, ultimamente depois de 7-8km tenho sentido um certo incômodo na parte externa da planta do pé. Não acontece sempre, e às vezes é no pé direito, às vezes no esquerdo.

Mesmo estando acostumada a usar Mizuno - acho que nos últimos 3 anos não comprei outra marca - resolvi que precisava testar outras alternativas. Gosto dos Asics, acho bem confortáveis, mas a forma deles não fica tão bem no pé quanto os Mizuno. Como um dos meus pares já estava próximo do prazo de validade, beirando os 800km corridos, achei que era o momento de aproveitar a substituição para fazer a mudança.

Fui a uma loja onde sabia que os vendedores conhecem as diferenças entre as pisadas e os tênis indicados para cada uma. Excluindo de cara Mizuno e Asics, acabei com 3 opções, todas na sua versão mais atualizada: Nike Lunar Glide+ (supostamente para todos os tipos de pisada), Saucony ProGrid Triumph e Brooks Glycerin. Experimentei cada um duas vezes, inclusive pagando o micro de dar um trotezinho pela loja, pois aprendi a duras penas que um tênis confortável para andar, não necessariamente é confortável para correr. Descartei o Nike logo na primeira (fiz a segunda prova só para ter certeza), o tênis estava grande no pé e mesmo assim “pegava” nos meus dedos, nem testei o 37. Gostei do Saucony, confortável, leve, bonito. Mas o 38 ficou grande e não tinha o 37 na loja. O Brooks empatou na minha preferência, fiquei em dúvida entre os dois. Como não tinha o Saucony menor para eu experimentar, acabei levando o Glycerin, apesar da cor - não curto tênis de cor clara, mas não tinha outra opção (descobri depois que não há outra mesmo).

Usei-o dias atrás para passear, fiquei com ele o dia todo e nenhum incômodo. Ponto pra ele.
E hoje, aproveitei meu hamster day - treino de qualidade tem de ser na esteira - para fazer o test-drive de corrida. Ainda falta eu testá-lo na rua e nos longões do final de semana. Mas, a princípio, estou muito satisfeita com minha aquisição. Pode não parecer, mas ele é extremamente leve. Mesmo com cadarços normais (eu uso aqueles cadarços elásticos de amarração rápida) calça super bem, fica justo no pé na medida certa, não aperta nem sobra. Na loja, achei a parte de trás dele, o talão (ou sei-la-eu-se-tem-outro-nome) um pouco alta e pensei que talvez pudesse incomodar durante a corrida. Estava enganada. Sempre uso meias sem cano, e tive receio de ganhar uma bolha com o atrito ali no tendão. Mas nada aconteceu. O treino foi forte, intervalado, 8km bem suados. E eu não tenho nada contra a afirmar sobre o tênis. Meus pés não doeram, nem meus joelhos, nem a lombar. Enfim, até agora está aprovado com louvor. No final de semana, depois do longão, dou o parecer final. Mas acho que não deve mudar.

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rádio x podcast

coded by ctellier | tags: | Posted On terça-feira, 7 de setembro de 2010 at 22:32

meteorologia: chuva e frio
pecado da gula: pão na chapa com manteiga
teor alcoolico: 2 stella artois, 2 doses de absolut citrus
audio: alternativando #82

Estava ouvindo o episódio de um podcast, o Radiofobia*, falando sobre rádio em geral, os destinos dessa mídia e assuntos afins. Uma das discussões foi sobre a diminuição dos ouvintes e se isso era indício de alguma tendência de o público migrar para os podcasts.

Sou ouvinte assídua de podcasts. Comecei ouvindo o NerdCast e não parei mais. Minha playlist deve ter mais de 60 feeds. Indo desde os de temática nerd, passando pelos que falam de cinema, música, literatura, poker, quadrinhos, tech, séries de tv, até os de variedades e gastronomia. Exceto pelo Nerdcast, q eu sempre baixava e ouvia (ainda faço isso) pontualmente toda 6a.feira, domingo de manhã era o dia de baixar todos os podcasts não ouvidos da semana e transferi-los pro mp3 player para curtir durante meus treinos de corrida. Aliás, um deles, o ADD, do Maestro Billy, virou a trilha sonora oficial da minha primeira maratona.

Sempre acompanhei os feeds usando o winamp. A única coisa que me incomodava um pouco era não poder baixá-los direto no player ou no celular. Nesse último, usava o Stitcher, mas poucos podcasts têm versões nesse formato, e eu acabava com poucas opções.
Que me desculpem (e respeitem) os macmaníacos, mas eu sou daqueles que curtem Android. OK, vamos ajudar a Google a dominar o mundo. Mas simplesmente não é minha praia fazer parte do “clubinho” da maçã. Nunca gostei. E nem o iPod me convenceu a mudar de idéia. Apesar de ter a opção do feed para os podcasts. O melhor que me aconteceu depois de adquirir um celular Android (um Galaxy 5, ótimo custo-benefício, estou curtindo bastante) foi achar uma app do Google (óbvio) para ouvir meus podcasts no celular: o Google Listen. Nada mais fácil de usar, basta adicionar o feed do podcast no próprio Google Reader (é, na web mesmo) e o celular sincroniza automaticamente. Simples assim.

Mas apesar disso tudo, da possibilidade de ouvir o que eu quero, à hora que eu quero, eu continuo ouvindo rádio. Inclusive utilizando o celular. E não me vejo deixando de fazê-lo assim tão cedo. Cresci ouvindo rádio o tempo todo, em todos os cômodos da casa. Meu pai ouvia Zé Bétio, meu avô ouvia Narciso Vernisi (o homem do tempo da Jovem Pan), a empregada ouvia Eli Correa e Gil Gomes, minha mãe ouvia qualquer rádio que tocasse música clássica ou Agnaldo Rayol. É um hábito tão arraigado que acho difícil desligar-me dele. Eu, e provavelmente quase todos da minha geração e das gerações das décadas seguintes, anos 80 e 90. Eu ainda acordo todo dia pela manhã com o despertador sintonizado na Jovem Pan ou na Band AM, para ouvir as notícias do trânsito e do tempo.

Querendo ou não, ouvir podcasts, ter acesso a eles, ter acesso a gadgets que possibilitem ouvi-los ou à banda larga de qualidade pra baixá-los em casa é privilégio de uma minoria ainda. A grande maioria da população ainda vai ouvir rádio por um bom tempo. Mesmo porque as próprias rádios estão demorando a se adaptar à internet. Poucas delas tem transmissão online, nem de alguns poucos programas.

Enfim, creio que num curto prazo, uma mídia não deve substituir a outra. Aliás, IMHO, nem a longo prazo. Talvez mude nossa maneira de ouvir rádio, mas acho que nunca o deixaremos de lado.


* Descobri o podcast quando conheci um dos responsáveis pela bagaça (@leoradiofobia) no workshop de criação literária do @eduardospohr

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Os duelistas

coded by ctellier | tags: | Posted On segunda-feira, 6 de setembro de 2010 at 22:14

meteorologia: friozinho
pecado da gula: sorvete de bayley's
teor alcoolico: 2 stella artois
audio: add #803

“The duellist demands satisfaction.
Honour, for him, is an appetite.”

The duellists, direção de Ridley Scott

Resolvi assistir ao filme principalmente pela direção ser de Scott. Na sua filmografia estão alguns dos meus filmes prediletos, começando por Blade Runner (o primeiro dele a que eu assisti), passando por Thelma & Louise e Gladiator, sem esquecer da franquia Alien, que se iniciou por suas mãos. Meu interesse era saber como um cineasta iniciante conseguiu emplacar seu filme de estréia e ser premiado em Cannes. Não me decepcionei.

Esteticamente falando, o filme é arrebatador. A belíssima fotografia já é motivo suficiente para elogiá-lo. O requinte visual das cenas não é apenas um recurso estético, contribui para ambientar o espectador ao cenário oitocentista da estória. Alguns fotogramas assemelham-se a pinturas impressionistas. Várias vezes, enquanto assistia, tive a sensação de estar diante de um quadro de Renoir ou Monet. Sem trocadilhos, impressionante.

Mas não é apenas isso. A narrativa bem construída captura o espectador desde o início. Baseado numa obra de Joseph Conrad - autor de “Coração das Trevas” (vale um post também) - "The point of honor" traduzido como “Os duelistas”, a estória é de uma simplicidade quase irritante. Na França de Napoleão, dois soldados franceses - Feraud (Harvey Keitel) e D’Hubert (Keith Carradine) - se desentendem por uma ninharia e iniciam um duelo (proibido a oficiais em tempo de guerra). Impedidos de continuá-lo, eles retomarão a contenda a cada vez que seus caminhos se cruzarem durante os quinze ou vinte anos seguintes. O pano de fundo são as guerras napoleônicas. Aos fãs de história da França, ou de Napoleão, faz parte da diversão identificar cada uma das batalhas de que participam os oficiais nos “intervalos” de seus embates.

Não li o livro (já está encomendado), mas aparentemente o roteiro não foge muito da abordagem de Conrad. O motivo inicial do conflito nunca é totalmente esclarecido. Apesar da curiosidade dos demais personagens, os oficiais nunca retornam ao tema. Por uma razão muito simples, não interessa. O que realmente importa é manter a honra a qualquer custo. Apesar do título (da capa do DVD e do livro também), tentar dar essa impressão, não é um filme de luta. A coreografia das cenas de duelo é primorosa, assim como a montagem e a trilha sonora utilizada. Mas elas definitivamente não são o elemento principal da trama. A honra, a obsessão, o absurdo, a sensação de vazio que acomete os personagens. Esses temas são os que interessam, são eles que empurram, alimentam e dão sentido à estória.

Antes mesmo de terminar de assistir, já o considerava, junto com Blade Runner, meu filme predileto desse diretor. Pouco conhecido e divulgado, certamente vale ser assistido e devidamente reverenciado como obra-prima que é.

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orkut x facebook

coded by ctellier | tags: | Posted On at 09:23

meteorologia: nublado... finalmente veio a chuva
pecado da gula: pão na chapa com manteiga
teor alcoolico: ainda nada
audio: papo de artista #21
video: os duelistas

Tenho conta no Facebook há tempos, provavelmente quase desde o lançamento, por conta dos amigos early-adopters (todo nerd que se preze é um ou tem um amigo que é). Fiz o cadastro lá, mas continuei usando o Orkut, afinal o Facebook parecia apenas mais uma rede social e eu já estava cadastrada numa dezena delas. Porém, recentemente, vários dos meus contatos não-nerds, não-geeks começaram a me adicionar no Facebook. Fui impelida a conferir o porquê.

Comparar o Orkut ao Facebook é como comparar um skate a uma ferrari. A discrepância é tão grande que fica difícil achar boas razões para um newbie optar pelo primeiro.
À primeira vista parece meio confuso de usar, mas é apenas questão de habituar-se a um novo paradigma. Por ser mais agregador e mais intuitivo, ao perceber as diferenças (para melhor) o usuário passa a se sentir “em casa”. Acredito que o tal “novo Orkut” tenha sido em grande parte responsável pela migração para o Facebook. Realmente foi um tiro no pé.

Eu, particularmente, prefiro o Facebook (principalmente por sua integração ao Twitter), mas ainda tenho motivos para não ter migrado totalmente para lá e abandonado o Orkut.

Apesar de os álbuns no Facebook ficarem melhor organizados, a ferramenta de upload é falha e muito lenta (ponto para o Orkut). Além disso, ainda não há como migrar meus álbuns de um para o outro. E eu simplesmente não estou a fim de mover as fotos uma a uma.

Há ainda vários contatos que ainda não estão no Facebook. Em consideração a eles, pretendo manter a conta no Orkut ainda por algum tempo.

Farmville, Mafia Wars, Café World, e mais outros tantos que nem consigo lembrar. As notificações na tela inicial do Facebook sobre as atividades dos meus contatos me irritavam profundamente. Até twitei minha irritação outro dia (02/09):
Farmville #sux!!! Não me interessa se fulano achou uma vaca alien na sua fazenda ou se ganhou o concurso de maior plantador de abobrinhas!!! 12:47 AM Sep 2nd via Chromed Bird
O mesmo vale para Treasure Isle, Mafia Wars e todas essas Apps que entopem a timeline de informações inúteis... #failed 12:49 AM Sep 2nd via Chromed Bird
Mas graças ao @meio_bit, acabei de bloquear todas essas tranqueiras.. ufa!!! http://bit.ly/9QbSgi 12:52 AM Sep 2nd via Chromed Bird
Resumindo, essa restrição já é passado. Consegui me livrar dessa aporrinhação. (ponto pro Facebook)

O caminho parece ser mesmo esse. Por ter ficado parado no tempo, o Orkut será aos poucos abandonado. O Facebook, que já era unanimidade no resto do mundo, está se popularizando muito rapidamente por aqui e a tendência de migração parece não diminuir. Eu já fiz a minha escolha.

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