revista Entre Livros

coded by ctellier | tags: | Posted On segunda-feira, 21 de novembro de 2005 at 16:49

pecado da gula: 1 pedaço de bolo de abacaxi
cafeína: 4 cafezinhos
meteorologia: frio de manhã, calor à tarde, à noite ainda não sei..
som: Nina Simone

Revista Entre Livros
www.revistaentrelivros.com.br

Não colocava muita fé numa revista sobre literatura, livros e seus autores, mas tive uma grata surpresa ao terminar de ler a edição de outubro. Boas dicas de leitura, resenhas bem escritas, atualidades (porque nem só de clássicos vive a literatura), seções variadas e interessantes, e colunistas de gabarito (destaque para Umberto Eco). Aliás, na edição deste mês, vale dar uma olhada na revista nem que seja apenas para ler a coluna ecco!, em que Umberto discorre sobre a diferença entre livros e filmes. E justifica (ou não) a frase batida "Ah, o livro é muuuito melhor que o filme!". E qualquer rato de livraria/biblioteca se sente bem em ver um mestre da literatura como Machado de Assis na capa e 16 páginas no dossiê sobre o autor.
Ainda não terminei de ler, mas recomendo.

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As intermitências da morte

coded by ctellier | tags: | Posted On sexta-feira, 18 de novembro de 2005 at 17:06

meteorologia: calor... nublado... possibilidade de chuva
pecado da gula: sobremesa na hora do almoço - brigadeiro, beijinho, pudim de leite, um tiquinho de cada
cafeína: 3 cafezinhos
som: Desert Rose, Sting

"As intermitências da morte" (José Saramago)
Comecei a ler há uma semana e mais uma vez Saramago conseguiu me deixar encantada com a sua prosa. Cada livro dele tem um estilo literário diferente, mas é sempre Saramago, sempre genial. Já tinha me encantado com o "Ensaio sobre a cegueira", que ainda continua como o meu predileto... talvez eu mude de idéia ao terminar este. Tudo é possível, como nos livros de Saramago, a realidade travestida de fantasia, a crítica social, política, cultural embutida num enredo que surpreende a cada capítulo, envolvendo o leitor a ponto de fazê-lo carregar o livro para todos os lugares, sem querer interromper a leitura enquanto não chegar ao ponto final.
A personagem principal do livro é a morte, assim mesmo, com letra minúscula, como ela mesma se denomina. Partindo da premissa de que a morte resolveu "deixar de matar", Saramago analisa todas as implicações que essa reviravolta causa no fluxo natural das coisas. O que acontece aos setores de uma sociedade num país em que ninguém mais morre?

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"A idiotice é vital para a felicidade"

coded by ctellier | | Posted On sexta-feira, 28 de outubro de 2005 at 17:20

meteorologia: vento a todo vapor
pecado da gula: 1 fatia de torta mousse de chocolate
cafeína: 4 cafezinhos

Não é a intenção primordial do blog, mas segue um texto que recebi dum amigo (o Bob) por email. E vale a leitura, mesmo não tendo certeza se o texto é mesmo do Jabor.

A idiotice é vital para a felicidade
por Arnaldo Jabor
Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre.

Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado?
Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes,separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota!

Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que oboçal do seu chefe disse.
Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias,inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo,sincronia, mas pela ausência de idiotice.Trate seu amor como seu melhoramigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que temconselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?Hahahahahahahahaha!...

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema? É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar?
Desaprenderam a brincar.
Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura;piora se for densa.

Dura, densa, e bem ruim.

Brincar é legal. Entendeu? Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda!

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida - eesse é o único "não" realmente aceitável.

Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras.

Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir...

Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um cafezinho gostoso agora?
"A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios".
"Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche."

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Ulisses

coded by ctellier | tags: | Posted On quarta-feira, 26 de outubro de 2005 at 22:17

pecado da gula: 1 fatia de bolo de banana
meteorologia: meio maluca essa primavera
teor alcóolico: 1 dose de Red Label
cafeína: 4 cafezinhos, 1 capuccino
som: Jack Johnson

"Ulisses" (James Joyce)
Ufa! Finalmente cheguei até a metade do livro. Satisfeita comigo por ter passado a barreira das primeiras 100 páginas, o que simplesmente não consegui fazer ao tentar ler a outra tradução do livro, por Antonio Houaiss. E, como afirmou um amigo meu bibliófilo, esse não é um livro a ser lido num fôlego só, pede tempo de degustação.
Esta tradução, feita por Bernardina da Silveira Pinheiro, devolve à obra o imenso prazer da leitura. Quem leu "Grande Sertão: Veredas" e se encantou com os neologismos de Guimarães Rosa, certamente encontra em "Ulisses" o mesmo caráter lúdico da linguagem, a mesma liberdade fonética e, em certos momentos, a mesma estrutura narrativa que acompanha o fluxo de pensamento do personagem.
Assim como tantas outras obras, inclusive de outras mídias (vide O Brother, Where Art Thou? dirigido por Joel Coen) o livro é livremente inspirado na "Odisséia", de Homero, e descreve um dia na vida de Leopold Bloom (16 de junho de 1904, em Dublin). Mas diferente das outras, esta não é apenas mais uma entre tantas releituras do clássico de Homero. Por grande parte da crítica literária, "Ulisses" é considerado um dos melhores livros do século passado.
Cada capítulo do livro cobra mais ou menos uma hora do dia, começando às 8 da manhã. O que mais achei interessante até agora, além da linguagem, é que cada capítulo tem um estilo de narrativa diferente e cada um deles é relacionado a uma cor e órgão do corpo humano (essa lista vem no início do livro).
Bom, ainda estou degustando... quando terminar, volto a escrever sobre ele.

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Vertigo

coded by ctellier | tags: | Posted On terça-feira, 4 de outubro de 2005 at 18:56

meteorologia: finalmente um pouco de calor
cafeína: 7 cafezinhos, 2 chás-mate
pecado da gula: abacate batido com limão e açúcar
teor alcóolico: 3 garrafas de Original, 1 Smirnoff Ice Black, 1 dose de Red Label
som: The Corrs (live)

"Um corpo que cai" (diretor: Alfred Hitchcock) - "Vertigo"
Obra-prima, não tem outro adjetivo que defina melhor. Sempre que assisto me admiro cada vez mais com a maestria e o domínio da técnica de cinema de Hitchcock. Apesar do meu filme predileto ainda ser "Janela indiscreta" ("Rear Window"), "Um corpo que cai" tem lugar cativo na prateleira de dvds, pra ser (re)visto sempre que tiver vontade de admirar a obra de um mestre.
Desde a elaboração do roteiro, que apesar de inverossímel não tem um "furo" sequer de continuidade, até a concepção visual do filme, passando pela atuação magistral de James Stewart (John Gerguson, vulgo Scottie) e Kim Novak (Madeleine Elster/Judy Barton), tudo é motivo de admiração.
O filme, adaptação de um romance francês "D'entre les morts" (de Pierre Boileau e Thomas Narcejac), entre outros detalhes, mostra a obscessão de Hitch por loiras, belas mulheres loiras, personificada esplendidamente pelo alter-ego do diretor (Stewart) na obscessão de seu personagem por Madeleine.
Kim Novak está simplesmente perfeita como a loira gelada envolta em mistério e beirando a loucura. Mesmo sendo a segunda escolha para o papel (Vera Miles, Lila Crane em "Psicose", havia sido escalada, mas engravidou antes do início das filmagens), é simplesmente impossível imaginar outra atriz como Madeleine.
Exceto pela trilha de "Intriga Internacional" (North by Northwest), que eu acho excepcional, genial mesmo, hors-concours, a de Vertigo é a melhor feita por Bernard Hermann para um filme de Hitchcock.
Poderia escrever por linhas e linhas sobre todos os detalhes que eu adoro no filme, mas isso fica pra outra hora. Enquanto isso, vale uma olhada: http://www.widescreencinema.com/vertigo.

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A fantástica fábrica de chocolate

coded by ctellier | tags: | Posted On domingo, 25 de setembro de 2005 at 18:41

meteorologia: garoa no decorrer do período
pecado da gula: 1 fatia de bolo mousse de chocolate
cafeína: 1 café com creme
som: Bootleg do Jota Quest
video: "Charlie and the Chocolate Factory"

Hold your breath, make a wish, count to three...
Impossível não comparar as duas versões desse filme.
Visualmente, a versão original perde de longe para a versão de Tim Burton, principalmente devido à inexistência de recursos em 1971 para reproduzir devidamente a fábrica de Willy Wonka como descrita no livro de Roald Dahl. Com toda a parafernália digital a seu dispor, Burton incluiu sequências de cair o queixo, desde a abertura do filme (mostrando a linha de montagem da fábrica) até o jardim comestível e os esquilos abridores de nozes. E sem esquecer os Oompa Loompas, todos personalizados pelo mesmo ator (Deep Roy).
Apesar da atuação impecável de Johnny Depp (genial como sempre), o Willy Wonka de Gene Wilder era muito mais agradável, menos egocêntrico e parecia "curtir" bem mais os produtos de sua fábrica. E ainda falando de atuações, o Charlie Bucket de Freddi Highmore dá de 10 a 0 no de Peter Ostrum da versão original, a atuação do garoto era bem ruinzinha.
Para os que, como eu, cresceram assistindo inúmeras vezes na Sessão da Tarde a versão de 1971, a fantástica fábrica de chocolate de que sempre irei lembrar será a primeira. A refilmagem tem seus méritos - entre eles, retratar melhor a exuberância visual da fábrica de Wonka - mas isso não basta para elevar o filme à categoria de clássico infantil, a ser lembrado e relembrado por toda uma geração de pimpolhos.
Dica para os fãs incondicionais do original (Willy Wonka and the Chocolate Factory): vale dar uma espiada na refilmagem de Tim Burton (Charlie and the Chocolate Factory), mesmo que seja para continuar afirmando que o original é muuuuuito melhor.

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Jonathan Strange & Mr.Norrel

coded by ctellier | tags: | Posted On quinta-feira, 22 de setembro de 2005 at 23:05

meteorologia: que primavera é essa?! tempo maluco de sampa...
teor alcóolico: 1 Erdinger (devidamente servida no copo correto)
pecado da gula: 1 fatia pequena de torta mousse de chocolate com morangos
cafeína: 7 cafezinhos

som: "Progeny", Lisa Gerard


"Jonathan Strange & Mr.Norrel" (Suzanna Clarke)
Li e gostei.
Acho que criei muita expectativa baseada nas criticas que li antes de de adquirir o livro e acabei me decepcionando um pouco com o desfecho. Mas o livro é muito bom e vale a pena encarar as 800 e poucas páginas para se entreter com boa literatura. O livro foi descrito por vários críticos como um
Harry Potter para adultos. Nada de brincadeiras, jogos de quadribol e aulas de herbologia, apenas boa magia inglesa acrescida de um retrato social extrememente perspicaz da época em que ocorrem os fatos narrados no livro. A declarada influência da autora por Jane Austen, mestra em delinear a sociedade ao seu redor em cores ricas, adiciona um tom novelesco que torna a leitura bastante agradável.
De acordo com a orelha do livro (leitura sempre obrigatória), ele demorou 10 anos para ser escrito, devido à extensa pesquisa histórica feita pela autora. A mistura dos fatos históricos aos personagens muito bem estruturados resulta numa obra-prima que deve estar na prateleira de qualquer aficcionado por livros (bons livros) assim como eu.

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Quatro irmãos

coded by ctellier | tags: | Posted On quarta-feira, 21 de setembro de 2005 at 23:25

meteorologia: "here comes the sun" - a primavera começa amanhã
teor alcóolico: 1 dose de Red Label, 1 Smirnoff Ice Black
cafeína: 6 cafezinhos, 1 expresso com espuminha
pecado da gula: 1 americano no trailer ali da esquina
som: "Construção", Chico Buarque
video: American Choppers

"Four Brothers" (diretor: John Singleton)
Vi o trailer dia desses e parece ser a única estréia nos cinemas esta semana que vale uma olhada. Do mesmo diretor de "2 fast 2 furious", o filme é uma refilmagem (aparentemente não declarada) de um filme de 1965 dirigido por Henry Hathaway, "Os Filhos de Katie Elder" (The Sons of Katie Elder). Western clássico com tema de vingança, tem John Wayne como John Elder, o mais velho dos 4 filhos da Katie do título, que retorna à sua cidade natal, assim como seus irmãos, para o funeral da mãe. Nenhum deles pode ser classificado como flor-que-se-cheire e juntos vão querer vingar a morte da mãe e recuperar o rancho da família, perdido pelo pai num jogo de cartas.
Pelo que andei lendo, "Four Brothers" segue o mesmo mote do original, adaptando as situações aos tempos atuais. E se for tão bom quanto "Os Filhos de Katie Elder", já vai fazer valer o preço do ingresso.

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X-Files

coded by ctellier | | Posted On domingo, 18 de setembro de 2005 at 20:53

meteorologia: sunday grey sunday
teor alcóolico: 1 Bohemia Escura, 1 dose de Red Label
pecado da gula: 1/2 trufa de maracujá
cafeína: 1 cafezinho, 3 canecas de chá mate
som: For Your Babies (Simply Red)
vídeo: Constantine

Maratona X-Files no fim-de-semana - começando o 2o. disco daqui a pouco...
Apesar de a série ter perdido fôlego após o filme (The X-Files: Fight the future), não deixou de ter certo appeal, principalmente para aqueles interessados em obter respostas a todas as questões deixadas em aberto no decorrer de 9 temporadas.
Esta última, longe de ser a melhor delas, é obrigatória para os fãs de carteirinha, dos mais desencanados (como eu) aos mais fanáticos e questionadores. A inclusão dos dois novos agentes na 8a. temporada, Monica Reyes (Annabeth Gish) e John Doggett (Robert Patrick), foi incapaz de preencher a lacuna deixada por Fox Mulder, mesmo ambos tendo se mostrado atores à altura da série, com ótimas atuações e por vezes "carregando" um episódio inteiro. A presença sempre marcante de Dana Scully (Gillian Anderson) não foi suficiente para manter o interesse de muitos espectadores. O desfecho da temporada, ao menos para mim, foi decepcionante. Esperava mais do último episódio. Enfim, para o colecionador, o box é item obrigatório mesmo não preenchendo as expectativas.
(E eu ainda hei de conseguir aquela prateleira feita especialmente para a coleção).

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Post de estréia

coded by ctellier | | Posted On at 20:23

Nada de mais, apenas pra iniciar de alguma maneira e ter certeza de que funciona mesmo. É isso ae... parece que agora não tem mais volta...
"MERDE!!!" (só pra garantir)

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