Incinerando películas » Snitch

coded by ctellier | tags: , | Posted On segunda-feira, 22 de abril de 2013 at 08:59

meteorologia: friozinho chato
pecado da gula: bolo de coco
teor alcoolico: nada ainda
audio: podcast ghost writer #24
video: bones

(resenha publicada originalmente no Vórtex Cultural, em 15/04/2013)

Snitch (2013) - O acordo
roteiro: Justin Haythe, Ric Roman Waugh
direção: Ric Roman Waugh
★ ★ ★ ★

Mais uma tentativa de Dwayne Johnson de encarar um papel sério num drama, não sendo apenas “o fortão” do elenco. Infelizmente, a tentativa não passou disso. The Rock não consegue dar peso e presença a seu personagem. Contudo, esse problema não é exclusividade sua. Mesmo que não fosse dele o papel de John Matthews, o pai empenhado em ajudar o filho de qualquer forma, o filme ainda estaria longe de ser considerado bom. Os demais personagens, assim como a trama, carecem de verossimilhança e carisma. É difícil dar credibilidade a uma estória em que o protagonista procura informações sobre cartéis e chefões do tráfico na Wikipedia.

Matthews tem uma construtora e, coincidentemente, um dos funcionários - Daniel James (Jon Berntha, o Shane de The Walking Dead) - é um ex-presidiário que, coincidentemente, foi preso por tráfico e, coincidentemente, conhece um traficante local e topa (sem muita resistência) apresentar o patrão ao traficante que, também sem muita resistência, aceita testar o serviço de transporte proposto por Matthews, e por aí vai. As coincidências se sucedem de maneira quase vergonhosa e a maioria dos eventos se desenrola de maneira tão simplista e óbvia que os momentos de tensão - se é que podem ser chamados assim - passam praticamente despercebidos.

Os personagens são rasos, boa parte deles não parecem ter uma motivação para seus atos, alguns aparecem e desaparecem do roteiro de acordo com a necessidade - a ex-esposa de Matthews, assim como a esposa atual e sua filha, por exemplo, não têm qualquer relevância, sua presença (ou ausência) simplesmente não mudam em nada o rumo da narrativa. Fica difícil para o espectador criar qualquer identificação e sequer se importar com o destino dos personagens, mesmo de Matthews ou de seu parceiro circunstancial, James - cuja família também pouco influencia no rumo dos fatos.

Some-se a isso a atuação em “piloto automático” de Susan Sarandon, o excesso de closes e planos-detalhes, as cenas desnecessárias, a insistência e a frequência exagerada de discurso anti-drogas nos diálogos, além de o espectador ser obrigado a ver o protagonista apanhando de quatro drogados - algo inadmissível em se tratando de The Rock - e tem-se uma estória que se arrasta por intermináveis 112 minutos.

Neste filme, é tudo tão moderado (pejorativamente falando), tão morno que dá saudades daquela selvageria estilizada dos filmes de Braddock. É um daqueles roteiros que ficaria bom se tivesse sido feito nos anos 80, com algum dos brutamontes da época - Charles Bronson, Chuck Norris, Stallone ou Schwarzenegger - no melhor estilo “um destemido contra tudo e contra todos”. Desse modo, ao menos, os furos de roteiro, os clichês, a falta de consistência seriam mais facilmente perdoados e sem dúvida o filme seria muito mais divertido.




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Review » Mizuno Wave EVO Cursoris

coded by ctellier | tags: , , | Posted On domingo, 21 de abril de 2013 at 19:38

meteorologia: falta muito pro verão voltar?
pecado da gula: bolo de coco
teor alcoolico: nada ainda
audio: literatuscast #21
video: hannibal

Bastante a contragosto aposentei meu segundo par de Brooks Glycerin 8. Já bem acostumada aos meus tênis minimalistas - Saucony Hattori e New Balance Minimus Trail - e ao meu Five Finger, o Brooks de uns tempos para cá estava me fazendo sentir uma fisgada incômoda na planta do pé, logo nos primeiros quilômetros de corrida. Para uso no dia a dia ainda estava apto, mas para correr, sem chance. E assim, eu, que há algum tempo procurava uma boa desculpa (para mim mesma) para comprar mais um par de tênis, fui às compras munida de um vale-desconto que acompanhou o kit da Meia Maratona Netshoes. Fiquei em dúvida entre os dois novos modelos da Mizuno, os primeiros minimalistas da marca - Mizuno Wave EVO Cursoris e Mizuno Wave EVO Levitas . Os dois me agradaram e a escolha final ficou mesmo por conta da cor do calçado, já que o EVO Levitas preto com solado azul não constava do catálogo da loja.

obs.: Diferente dos dois outros tênis minimalistas citados, não fui a uma loja física a fim de experimentar o calçado e descobrir qual a numeração mais adequada. Já tive diversos pares de Mizunos e já sabia qual tamanho pedir.

A primeira impressão foi antes mesmo de abrir a embalagem. Ao pegar o pacote das mãos do carteiro, mesmo tendo certeza de que se tratava do meu tênis novo, fiquei impressionada com o peso, ou melhor, pouco peso do pacote.

Ao tirar da caixa, a comprovação. Os 175g do calçado estão muito bem distribuídos num modelo super bem cuidado visualmente. É isso mesmo, 175g, apesar da entressola um pouco mais espessa que meus outros dois, com 12mm mas com drop zero (essencial). Calcei logo, tanto para ajustar os cadarços quanto para sentir o tênis no pé. Tão leve e tão confortável que a impressão é de estar quase andando de meias. Praticamente não se percebe o calçado ao redor do pé. Calcei-os sem meias para identificar qualquer costura ou curva que pudesse “pegar” em qualquer ponto do pé. Nada.

Impaciente, não esperei pelo treino do dia seguinte para testá-lo, lógico. Uma corrida leve de meia hora não faria mal algum. Uma garoinha chata me fez ficar em casa e correr na esteira - não, eu não gosto de correr na chuva, me julguem! (rs). Quarenta minutos depois - lógico, acabei assistindo um episódio todo de Dexter - estava com aquela sensação ótima de ter feito uma boa escolha. Apesar de não ter amortecimento, tanto a espessura da sola quanto o material de que é composta dão a impressão de que há algum amortecimento. Nenhum ponto de atrito foi identificado. Apenas tive de soltar um pouco mais os cadarços, mas feito isso a sensação foi de conforto total. Bem ventilado, os pés não cozinharam mesmo com o calor da esteira. Tirei-os do pé no último quilômetro apenas por hábito, não por desconforto ou calor.

Dois dias depois, fui para a academia correndo e fiz o teste na rua. Sensação de amortecimento similar à esteira. Achei que talvez não sentisse tão bem as irregularidades do chão devido à espessura da entressola, mas me enganei. Lógico que pedriscos e “trocinhos” muito pequenos não são percebidos, mas o feedback do solo não ficou prejudicado. A sola é bem flexível e tem boa aderência, não derrapou em nenhum momento.

O teste final foi num longo de 16km que terminei de boa, sem bolhas, sem dores, sem calor demais nos pés. Aprovado com louvor. Agora só falta estrear com ele numa prova.

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