Ao natural

coded by ctellier | tags: , | Posted On domingo, 23 de dezembro de 2012 at 19:34

meteorologia: chuva esparsa
pecado da gula: esfihas
teor alcoolico: 1 stella artois
audio: 89fm
video: numb3rs

Para quem acompanha o blog há algum tempo, não é novidade o meu interesse por tênis minimalistas e corrida natural. A aquisição mais recente referente a isso foi um New Balance Minimus Trail (review aqui), que eu estou curtindo demais. Não faço parte dos corredores que se interessaram pelo assunto após a leitura de Born to run (Nascido para correr), de Christopher McDougall. Aliás, shame on me, eu ainda não o li. Mas li vários artigos escritos a respeito em jornais, revistas, sites e blogs voltados para corredores. (o Natal está aí... ainda dá tempo se alguém estiver a fim de fazer um “mimo” me presenteando com o livro :-) )

Na verdade, não houve um fator ou uma leitura específica que tenha despertado meu interesse em deixar de lado os tênis mais estruturados (conto aqui meus primeiros dias). Acho que mais provavelmente a curiosidade para entender se a tal polêmica ao redor do assunto fazia sentido. Enfim, comecei a praticar e, embora a maioria das revistas especializadas dê boas dicas a respeito, fica sempre uma sensação de algo poderia ser melhorado. E nada melhor do que aprender e pegar algumas dicas com alguém que já pratica há bem mais tempo que eu. E foi o que fiz. Fiquei bastante empolgada ao saber que o Sério Rocha, jornalista da Contra Relógio, iria ministrar uma Clínica de Corrida Natural dia 8 de dezembro, na Velocità Moema. Mais detalhes sobre o evento no site Corrida Natural, também concebido pelo Sérgio.

Posso afirmar sem dúvida que valeu a pena. Uma coisa é ler sobre o assunto, outra bem diferente é ver a demonstração ao vivo e a cores. Como eu imaginava, a parte teórica da aula trouxe muitos conceitos que eu já conhecia das minhas leituras e tentava, na medida do possível, aplicar durante corrida. Mas o melhor mesmo foi a parte prática. Tirar os calçados e, pés no chão, com a ajuda do professor, “experimentar” a teoria: flexão dos joelhos, relaxamento e cadência. Esta última, eu já havia testado depois de ler um artigo do Sérgio no site. Pode não parecer, mas faz diferença. Por aumentar a frequência da passada, temos a impressão equivocada de que cansará mais. Mas é justamente o inverso, a sensação de cansaço é menor. Bem, e depois dos educativos, desafio lançado: dar uma volta no quarteirão... descalços. Desafio aceito. Já estávamos ali mesmo e, apesar do receio inicial de todos, foi a parte mais divertida da Clínica.

(abaixo, a filmagem feita durante a Clínica)


Se restava ainda alguma dúvida para mim de que a técnica funcionava, todas foram sumariamente eliminadas no dia seguinte, domingo, numa prova de 10km no centro de São Paulo. Com os conceitos ainda frescos na memória, coloquei tudo em prática durante a prova. E para minha satisfação, fiz meu melhor tempo em 10km do último ano: 00:51:30. Ainda longe da minha meta de sub50, mas ainda assim muito melhor que os 54 ou 55 min. das provas anteriores. Manter a cadência e a flexão dos joelhos ainda demanda atenção. Porém, tenho certeza que isso passa, assim como quando começamos a dirigir e temos de pensar cada gesto, com o tempo passamos a fazer tudo “no automático”. É um período de adaptação necessário, mas que compensa.

Enfim, a experiência superou muito a expectativa. Recomendo.





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