Sapatilha de estimação

coded by ctellier | tags: | Posted On terça-feira, 26 de outubro de 2010 at 22:29

meteorologia: tempo estranho, frio e calor
pecado da gula: pão de queijo
teor alcoolico: 1 caipirinha
audio: nina simone

Não, o post não é sobre balé. Mesmo porque eu sou descoordenada demais pra dançar qualquer estilo, quanto mais balé. Admiro quem consegue, mas não é pra mim.

O assunto do post são as sapatilhas de ciclismo. Consideradas item supérfluo por alguns e imprescindível por outros. Certamente os que as consideram como dispensáveis o fazem por basicamente dois motivos, ou nunca usaram ou não pedalam com frequência e/ou intensidade suficiente que justifique o uso. Concordo que, pra quem só vai ao parque no domingo dar um passeio de 20 ou 30min. a uma velocidade média de 15km/h, a sapatilha é realmente desnecessária. Os que pedalam com certa frequência - mais do que um passeio dominical - mas nunca experimentaram usar sapatilha, também têm a tendência a afirmar que um tênis comum é mais que suficiente. Para os primeiros seu uso simplesmente não se justifica, uma vez que o passeio pode ser feito até calçando um chinelo ou mesmo descalço. Para os outros, basta utilizar uma ou duas vezes para que ocorra uma mudança de opinião.

Eu não tinha o hábito de pedalar, não na rua. Fazia aula de spinning na academia quase todos os dias. Justamente por esse motivo, um dos professores recomentou o uso da sapatilha. Não colocava fé numa mudança significativa. Mas fui surpreendida. E tornou-se um hábito usá-la sempre para pedalar.

Com a inauguração da Ciclovia do Rio Pinheiros, cuja entrada fica a poucos minutos da minha casa, adquiri uma bike e me acostumei a pedalar lá sempre que possível, em geral, 3 a 4 vezes por semana. Primeiro, porque pedalar é sempre divertido. Segundo, para incrementar minha performance na corrida, estimulando outros grupos musculares que não os utilizados nos meus treinos habituais. E a primeira coisa que fiz com a magrela, antes de sair pra pedalar, foi trocar os pedais por um par daqueles com presilhas para os taquinhos da sapatilha.

Faço parte da parcela de ciclistas que considera a sapatilha indispensável. Melhora a postura na pedalada já que os pés ficam corretamente posicionados no pedal. Elimina a preocupação com a possibilidade do pé escapar do pedal, durante um sprint ou subindo uma ladeira. E já tinham me falado que aumenta a potência da pedalada, minimizando o esforço. Anteontem confirmei empiricamente essa afirmação. Ciclistas amadores, como eu, têm o hábito de apenas empurrar o pedal para baixo ao pedalar. Parece um pouco óbvio, já que pedalando sem sapatilha, é o único movimento possível. O que a sapatilha nos proporciona é a possibilidade de “puxar” o pedal para cima na segunda fase da pedalada, uma vez que ela está presa a ele. Domingo, na ciclovia, ao voltar da Vila Olímpia, o vento estava soprando contra. Mas não era uma brisa, era um vento forte. E manter a velocidade da bike estava bem difícil. No meio do caminho, já estava com as pernas cansadas de tanto fazer força no pedal. Quase desistindo e já pensando em descer da magrela e voltar andando, achei que talvez puxar o pedal ajudaria um pouco. E não ajudou um pouco, ajudou muito. Aliás, diminuiu o esforço quase pela metade. Como qualquer equipamento, saber usar, ou melhor, saber fazer uso completo dele faz toda a diferença.

O modelo que eu uso é esse aí da foto. É o que chamam de sapatilha tipo tênis. O taquinho fica "embutido" no solado, permitindo andar a pé normalmente. Diferente das demais, em que o taquinho é saliente e se é obrigado a andar quase como um palhaço a fim de evitar escorregar e/ou tropeçar.

Eu, que já gostava de pedalar usando sapatilhas, não vejo outra forma possível além dessa. Lógico que, como tudo, tem seus inconvenientes. Atire o primeiro taquinho o ciclista que nunca levou um tombo por não conseguir soltar a sapatilha a tempo. Eu já tomei dois. Pior que o incômodo da queda é o mico de tombar feito uma árvore morta, totalmente sem ação enquanto o chão se aproxima. Mas faz parte. O benefício compensa. E não é um raladinho no joelho que vai me fazer mudar de idéia.

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