Perigo! Perigo! Perigo!

coded by ctellier | tags: , | Posted On domingo, 11 de setembro de 2011 at 22:21

meteorologia: dia gostoso de sol
pecado da gula: sanduíche de mortadela
teor alcoolico: 2 colorado (indica e appia)
audio: add #835
video: trust

Quem curtiu a infância entre os anos 70 e 80 deve lembrar-se bem do robô da série de tv "Perdidos no Espaço". Quando algum membro da família Robinson - ou mesmo o (chato) Dr.Smith - corria algum risco, o robô B9 (descobri o nome só depois de adulta) saía "gritando" isso.
E foi o que fiquei pensando ao finalizar o primeiro treino na rua com meu Five Fingers novo. A sensação de correr com ele é boa o suficiente para termos vontade de continuar mesmo já tendo atingido a quilometragem alvo. A probabilidade de ficarmos tentados a correr mais do que o indicado na planilha é bem grande. Sem disciplina, overtraining à vista.

Meu KSO foi entregue na última terça-feira. Quarta-feira, corri a GP Runner's e, de volta em casa, fiz o primeiro test-drive. 40 minutos de TRX Suspension para alongar. Resultado acima do esperado. Melhor que descalça e muito, muito melhor que de tênis. Ponto a favor.

Quinta-feira tinha um treino de rodagem com velocidade progressiva, a ser feito na esteira. Aproveitei a oportunidade para testar o KSO nela também. Como esperado, passou no teste com louvor. Como já tinha relatado aqui no blog, tinha me acostumado a fazer descalça (só de meias) os últimos 2 ou 3 km dos treinos em esteira. E ficou bem mais confortável usando o KSO. Mais um ponto a favor.

E finalmente, hoje, o teste final: correr na rua com ele. Na planilha, tinha 14km para completar. (Deveria tê-los feito ontem, mas estava esperando a entrega do piano. E depois... oras, depois eu fiquei tocando, lógico.) Como pretendia fazê-lo todo usando o KSO, achei prudente dividi-lo em dois: 7km na rua + 7km na esteira. Além de não exagerar na distância do primeiro treino na rua, era mais cômodo pois não precisaria levar hidratação para realizar a primeira metade. E assim fiz. O resultado está aqui, publicado no Endomondo.

O primeiro quilômetro, obviamente, foi o mais lento. Afinal, estava me acostumando a sentir as imperfeições da calçada enquanto corria. Além disso, peguei um leve aclive. Depois, literalmente, foi só alegria. Encaixei meu pace, ao som de rock de qualidade (DanyCast, sempre muito bom) e fui. Honestamente, não esperava conseguir imprimir um ritmo similar a - e, por vezes, melhor que - meu ritmo de treino usando tênis. Saí de casa pensando que, se conseguisse manter 6min/km já seria muito bom. Mas contrariando a expectativa, mantive em média 5:40min/km. Mais um ponto a favor.

Diferente do teste feito na esteira, senti um certo incômodo na parte inferior da musculatura da panturrilha. Mas não chega a ser um ponto contra, uma vez que era quase esperado que acontecesse. Não podia esquecer que a mecânica do movimento da corrida na esteira e na rua são bem diferentes. Enquanto na esteira, nosso pé é “puxado” para trás; na rua, nosso pé tem de “empurrar” o chão. Junte-se a isso o fato de que eu já tinha me habituado a correr sem tênis na esteira. Enquanto que, na rua, eu estava estreando. E não foi nada de mais. Nada que descanso e um sprayzinho anti-inflamatório já não tenham dado jeito.

Desde antes de experimentá-lo numa loja, meu maior receio era que, ao utilizá-lo sem meias, o pé sofresse um pouco, tanto com bolhas quanto com pontos de abrasão, principalmente entre os dedos. Meus pés suam muito e isso era uma preocupação importante. Depois de prová-lo, esse receio diminuiu, mas não desapareceu, já que eu apenas o testei andando e “pagando o mico” de dar um trotezinho dentro da loja. Ao calçá-lo para correr na esteira, adotei a mesma estratégia dos meus treinos com tênis e meias: vaselina entre, sobre e sob os dedos. E funcionou. Hoje, também, para o treino na rua, fiz o mesmo e nada aconteceu. O que poderia ser um ponto contra, tornou-se um ponto a favor.

Não tenho a intenção de substituir totalmente o tênis pelo Five Fingers. Mas certamente farei com ele no mínimo um treino de corrida por semana. Afinal, variar o treino é um dos segredos para manter a motivação sempre em alta. Já que não moro no litoral e não tenho praia pra ir correr descalça, o Five Fingers é a opção mais próxima.

Enfim, gostei demais desse tal “calçado minimalista”. E, como disse no início do post, é realmente um perigo usá-lo. A sensação de liberdade proporcionada é tão grande, que é difícil conter a tentação de continuar correndo. Mas, de vez em quando, dar uma de Forrest Gump, e sair correndo sem objetivo de distância ou tempo, é algo que todo corredor deve fazer. Curtir a corrida sem preocupação com nada. Só aproveitando o bem-estar proporcionado. E o Five Fingers é ideal pra fazer isso. Recomendo :-)




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