"There is no playbook..."

coded by ctellier | tags: , | Posted On domingo, 15 de janeiro de 2012 at 22:30

meteorologia: e a chuva não parou ainda
pecado da gula: tábua de frios
teor alcoolico: 2 smirnoff ice
audio: vortex cultural
video: nerdoffice

Black Mirror
Roteiro de Charlie Brooker

São Pedro praticamente não me deixou outra alternativa a não ser passar a tarde toda enfurnada em casa. E, já que ele deu a entender que a chuva não iria parar tão cedo e eu teria de ficar em casa, resolvi fazer uma mini-maratona de uma série de tv que eu não conhecia - dica do @ivan_pd.

As poucas informações que eu tinha sobre a série:
1) É inglesa
2) É de sci-fi
3) Tem apenas três episódios
4) Cada episódio tem uma estória "fechada"

Séries inglesas costumam ser boas. Não só boas mas, em boa parte dos casos, com qualidade bem acima da média. E qualidade como um todo - produção, roteiro, elenco, direção. Vide o exemplo recente de "Sherlock" (post aqui), assim como "Life on Mars" (a original) e "Doctor Who". E essa não fugiu à regra.

Sci-fi é um estilo que eu gosto muito. Tanto na literatura, quanto no cinema e na tv. Ou seja, uma série de sci-fi sempre merece ser vista. Mesmo que seja para ser descartada da lista de séries a ser acompanhada assiduamente. Numa das curtas sinopses que li, afirmava-se que a série é uma mistura de "Tales of the Unexpected" e "Twilight Zone". E isso já atiçou minha curiosidade, pois sempre gostei muito de "Twilight Zone".

Não ser muito longa foi um estímulo a assisti-la nessa tarde chuvosa de domingo. Difícil não fazer referência a "Sherlock", mas há algumas diferenças entre elas. Os episódios de "Black Mirror" não são tão longos quanto os de "Sherlock" - têm por volta de 1h de duração. E não há personagens em comum entre os episódios.

Cada episódio é uma estória independente. Não é como "Fringe", que tem um núcleo de personagens enfrentando o monster of the week - assim como era também "X-Files". São narrativas totalmente independentes. Em comum, apenas o estilo sci-fi e a abordagem de temas relacionados à modernidade: a explosão das redes sociais (no 1o.), a massificação e a virtualização do modo de vida (no 2o.), a utilização de um dispositivo de armazenamento de memória (no 3o.).

A ousadia na abordagem dos temas e a opção por não "mastigar" as explicações para o espectador são o principal atrativo. Eu, particularmente, detesto filmes, livros, séries de tv (ou qualquer outra mídia) com muitas explicações. O mais divertido, ao menos para mim, é poder tirar minhas próprias conclusões. Mesmo que, eventualmente, elas não estejam muito corretas. Deixar espaço para que a inteligência do leitor e/ou espectador seja solicitada é sempre um atrativo. Sei que há pessoas que gostam de desligar o cérebro e ser tratadas como "dummies" - note-se a audiência de mais um BBB - mas este não é o meu caso. Lógico que, vez ou outra, é relaxante assistir algo que não demande (muito) do nosso raciocínio. Mas eu, sinceramente, prefiro que o meu seja desafiado sempre que possível. E esta série tem muito disso. Vários detalhes não são explicados para o público. Não há aquele clássico truque de roteiro de utilizar um novato, estagiário ou similar, a quem tudo deva ser explanado. O fato está lá, aconteceu e pronto. Ninguém, nenhum personagem vai parar para justificar ou dar uma explicação. E isso torna a série dinâmica, além de bastante instigante.

Inteligente, satírica na medida certa, enfim... Quando começa a segunda temporada?!



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